O governo sírio retomou hoje os bombardeamentos da cidade de Homs, um reduto da oposição no centro do país.
Uma Comissão das Nações Unidas anunciou hoje dispor de provas que responsabilizam dirigentes sírios “ao mais alto nível” de crimes contra a humanidade, e ameaça de apresentar queixas no Tribunal Penal Internacional.
A Comissão independente da ONU disse hoje ter entregue um relatório a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O documento inclui uma lista secreta de responsáveis sírios que poderão ser investigados em relação com a sangrenta repressão governamental que dura há quase um ano.
Falando em Genebra na Suíça, os investigadores da ONU disseram que a lista inclui oficiais militares assim como civis que deram ordens as forças sírias para disparar contra manifestantes desarmados, torturar presos, bombardear áreas residenciais e executar os soldados que recusaram em obedecer as instruções. A lista segundo ainda os especialistas da ONU implica igualmente o presidente Bashar al-Assad.
A mesma comissão afirmou dispor igualmente de provas de abusos das forças da oposição.
Hoje activistas dos direitos humanos confirmaram a retomada dos bombardeamentos pelas forças governamentais dos bombardeamentos da cidade de Homs no centro do país.
O bairro de Baba Amr onde começa a haver escassez de comida, água e meios médicos, assim como os distritos sunitas de Inshaat e Khalidiya estiveram debaixo do fogo da artilharia governamental.
Na cidade de Alepo a noroeste do país, as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo contra centenas de pessoas que participavam no funeral de um manifestante morto na véspera. Alepo e Damasco têm permanecido relativamente calmas durante os 11 meses de protestos anti-governamentais.
Nos ataques ontem do exército governamental contra as posições da oposição em Homs, pelo menos 74 pessoas foram mortas, entre elas dois jornalistas ocidentais.
O governo sírio publicou um comunicado afirmando que não tinha conhecimento da presença de jornalistas no país. A imprensa estatal síria indicou que o ministério da informação “apelou aos jornalistas que entraram ilegalmente na Síria, para regularizarem a sua situação junto ao governo.” As autoridades sírias não têm permitido a entrada e livre circulação de jornalistas no país.
Numa altura em que a crise continua com a escalada da violência as Nações Unidas anunciaram que prevê enviar a chefe da sua agência humanitária ao terreno. Valerie Amos deverá partir para a Síria com o objectivo de assegurar a recepção e distribuição dos meios de emergência.
Amanhã Sexta-feira, está prevista uma reunião internacional na Tunísia destinada a sensibilizar a comunidade internacional com vista adopção de uma resolução a crise político-militar na Síria.
O encontro deverá reunir delegações de mais de 70 países e organizações internacionais em torno de uma iniciativa do chamado grupo “Amigos da Síria.”