O ex-representante da UNITA em Washington, Jardo Muekalia, acaba de publicar o livro “Angola: A Segunda Revolução”, no qual evoca a sua juventude, as ameaças da PIDE ao seu pai, a decisão de aderir à UNITA e a sua vida ao serviço do partido de Jonas Savimbi.
Numa entrevista à VOA, Muekalia, hoje mestre em Relações Internacionais e professor universitário, recorda as negociações de Bicesse e dá crédito à UNITA por ter insistido na criação de um regime democrático em Angola, inicialmente contra a vontade do MPLA.
Mas recorda também o paradoxo da ausência de democracia interna na UNITA: uma questão levantada no interior do movimento por Tito Chungunji, à altura representante da UNITA em Washington e que viria a ser morto sob a suspeita de pretender substituir o líder. O próprio Muekalia, amigo e confidente de Chingunji e obrigado a substituí-lo em Washington, foi “julgado” pela UNITA num tribunal onde Jorge Valentim foi o acusador.
Jardo Muekalia recorda o conturbado período pós eleições de 1992 e a forma como a UNITA organizou a sua diplomacia em Washington, os dez anos em que ela dirigiu de 1989 a 1999.