O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, ACNUR, anunciou que vai ajudar o governo de Moçambique a registar pessoas de origem moçambicana, sem nacionalidade, que vivem nas regiões fronteiriças e nos países vizinhos.
A agência estima que até 2 milhões de pessoas estejam naquelas condições.
Falando à “Rádio ONU”, em Maputo, Jesús Sanchéz, do ACNUR em Moçambique, disse o problema é causado por algumas políticas, migração populacional devido a calamidades e falta de legislação.
“Temos feito investigações para ver qual é a população que tem o risco de não ter nacionalidade de Moçambique e de outros países. Alguns inquéritos falam de até 2 milhões de pessoas de origem moçambicana, fora de Moçambique, que podem ter este risco de apatridia, por causa da falta de registo e documentos”, afirmou ele.
No ano passado, o ACNUR iniciou dois projectos-piloto de mapeamento e registo da população que nunca teve nacionalidade nos distritos de Moamba e Magude no sul do país.
Em Outubro, a agência pretende estender a pesquisa para a zona de Manica, província que faz fronteira com o Zimbabué, e à cidade sul-africana de Nelspruit.
A Convenção da ONU de 1961 sobre a redução de pessoas apátridas exige dos Estados a adopção de uma legislação sobre a nacionalidade que contemple os parâmetros estabelecidos para a aquisição ou perda de nacionalidade.
Moçambique ainda não é signatário do instrumento jurídico internacional.
O ACNUR anunciou que vai ajudar o governo de Moçambique a registar pessoas de origem moçambicana, sem nacionalidade, que vivem nas regiões fronteiriças e nos países vizinhos.