O Presidente angolano, João Lourenço, fez parte do grupo de chefes de Estado africanos que testemunharam o acto de lançamento da Zona de Livre Comércio do continente, que decorreu nesta quarta-feira, 21, em Kigali, capital do Ruanda.
Quarenta e quatro países assinaram o acordo que pretende estender-se aos 55 Estados africanos.
O bloco regional lançado no âmbito da cimeira extraordinária da União Africana (UA) terá como finaldadea redução ou elimnação as taxas alfandegárias entre os países membros e estimular o comércio entre eles.
Outros objectivos estão relacionados com a circulação livre de pessoas, mercadorias, serviços e capitais.
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O empresário José Severino considera que a adesão de Angola ao projecto está “políticamante correcta” mas do ponto de vista económico o país precisa de pelo menos cinco anos de crescimento e experiência para poder competir no comércio continental.
Severino, que é presidente da Associação Industrial de Angola, defende que o país devia começar por reforçar e consolidar as trocas comerciais com os países vizinhos, construir infraestruturas e desenvolver a indústria transformadora antes deentrar para a competição continental.
A criação da Zona de Livre Comércio é tida pelas diplomacias africanas como sendo um dos projectos mais ambiciosos do continente e integra a chamada Agenda 2063 da União Africana.
Mercado continental
O acordo cria um mercado continental de 1,2 mil milhão de pessoas, com um Produto Interno Bruto combinado de mais de 3,4 trilhões de dólares.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, espera agora que os Estados signatários ratifiquem o acordo para que possa entrar em vigor ainda este ano.
“Os nossos povos, a nossa comunidade empresarial e nossa juventude em particular não podem esperar mais para ver o levantamento das barreiras que separam o nosso continente, impedir a sua decolagem económica e perpetuar a miséria, mesmo que a África seja abundantemente dotada de riqueza”, disse Mahamat.
Na sua intervenção, ele pediu um forte acompanhamento para “confundir aqueles que, fora da África, continuam a pensar, com uma condescendência mal disfarçada, que nossas decisões nunca se materializarão”.
Mas há preocupações.
O Presidente da Nigéria, uma das maiores economias da África, não participou na cimeira devido à pressão dos sindicatos.