O Presidente da República João Lourenço determinou a criação de uma estrutura para se ocupar do combate aos crimes de corrupção.
É a Direcção de Combate aos Crimes de Corrupção, um órgão que passará a centralizar a investigação deste tipo de crimes e que funcionará como um novo serviço executivo do Serviço de Investigação Criminal (SIC), sob dependência do Ministério do Interior, de acordo com o decreto presidencial de 15 de Março.
A decisão é bem vista pela oposição, mas há quem defenda que o novo órgão devia estar dependente da Assembleia Nacional
A CASA-CE, o segundo partido da oposição angolana, aplaude a medida mas considera que a sua eficácia só será possível se o Chefe de Estado atribuir maior responsabilidade ao Ministério Público.
O vice-presidente daquela coligação, Manuel Fernandes, diz que a PGR deve dispor de uma área específica para o combate à corrupção, os crimes colarinho branco e outros males que lesam o Estado angolano .
Para o economista Faustinho Mumbica a criação do órgão peca por não estar dependente da Assembleia Nacional como entidade fiscalizadora do Executivo.
Mumbica entende que tanto o Ministério do Interior como algumas figuras da Presidência da República conotadas com o consulado de José Eduardo dos Santos estão comprometidas com a corrupção.
Nos meios políticos de Luanda, a decisão de João Lourenço está a ser interpretada como visando dar corpo à cruzada contra a corrupção e crimes económicos assumida pelo Presidente desde a campanha eleitoral e reiterada depois da sua investidura.