Tensão continua muita alta e Mondlane diz que "vamos ocupar a cidade de Maputo até se devolver a vontade do povo"

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Alguns manifestantes ajoelhados gritam palavras de ordem durante manifestação no bairro Maxaquene, Maputo, Moçambique, 7 de novembro

Três pessoas morreram ontem e 66 deram entrada no Hospital Central de Maputo na quinta-feira.

A situação em Moçambique, especialmente na capital Maputo, continua muito tensa e apenas na quinta-feira, 7, pelo menos, três pessoas morreram e 66 ficaram feridas nos confrontos entre manifestantes e a polícia.

Apesar de não ter aparecido na marcha ontem, como tinha prometido, o candidato presidencial Venâncio Mondlane disse que os protestos vão continuar até que seja reposta a "verdade eleitoral".

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"Se o escalar da violência continuar, não colocamos de parte a entrada da Forças de Defesa", Cristóvão Chume

Em declarações à imprensa nesta sexta-feira, 8, o diretor do Serviço de Urgência de Adultos do Hospital Central de Maputo (HCM), disse que a estrutura registou um cumulativo de 138 admitidos, dos quais a urgência de adultos teve 101 pacientes.

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“Dos 101 pacientes, 66 foram vítimas dessas manifestações e os restantes foram por outras causas”, disse Dino Lopes, acrescentando que “tivemos 57 possivelmente com lesões causadas por armas de fogo, quatro por queda, três por agressão física e dois feridos com armas brancas”.

Quatro pacientes encontram-se em estado grave.

Entretanto, o candidato presidencial Venâncio Mondlane disse numa rede social que “se não houver reposição da verdade eleitoral, estas manifestações não vão parar, vamos ocupar a cidade de Maputo até se devolver a vontade do povo".

Mondlane não disse onde se encontra mas afirmou que não está em Maputo a pedido "do povo".

“Não estou aí nas marchas porque o povo pediu. O povo ordenou: ‘Venâncio não sai de onde você está’. Estou a cumprir o que o povo me está a obrigar a fazer”, afirmou Mondlane.

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O porta-voz do Ministério da Defesa Nacional (MDN) exaltou o trabalho das Forças de Defesa e Segurança cuja principal missão é garantir a defesa da nação e não carregar sobre os manifestantes.

“Estamos aqui para proteger cada moçambicano, o funcionamento normal das instituições públicas e privadas. Em momentos como este, com manifestações ocorrendo em algumas regiões, o nosso papel estende-se também ao concurso das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na manutenção da ordem e a tranquilidade públicas, sempre actuando de forma subsidiária em coordenação com as autoridades civis”, disse Omar Saranga, que, como exemplo, citou o envolvimento das FDS na remoção de obstáculos nas vias públicas, incluindo pneus queimados colocados por manifestantes com o objectivo de impedir a circulação de viaturas.