Um dia antes da marcha nacional convocada por Venâncio Mondlane, a cidade de Maputo, capital moçambicana, voltou a registar um fraco movimento de pessoas, com vários estabelecimentos comerciais e instituições publicas encerrados.
Está instalado um clima de medo e de incerteza sobre o que vai acontecer no dia de amanhã, o que levou a novo encerramento total do comércio e funcionamento deficiente do sistema de transporte, enquanto nos bairros periféricos o clima de tensão continua presente.
Os principais edifícios como os do Banco de Moçambique, da rádio e televisão públicas, as avenidas que dão acesso à Presidência da República, Comissão Nacional de Eleições continuam fortemente guarnecidos, alguns dos quais com presença da polícia Militar.
A presença policial é também notável nos bairros periféricos.
Evitar banho de sangue
Este e outros factos levaram ao Bastonário da Ordem do Advogados, Carlos Martins, a conceder uma conferência de imprensa para alertar que a preocupação deve ser evitar um banho de sangue, nesta quinta-feira, 7.
“Existem todos condimentos para que haja um banho de sangue, amanhã, e nós como sociedade não devemos permitir isso. Nós entendemos que chegou a altura de apelarmos a sua excelência Presidente da Republica para convocar o Conselho de Estado no sentido de se aconselhar e e abrirem minhas de dialogo”, disse Martins.
Quem também apelou ao diálogo e como estratégia para se evitar a violência foi o antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, que sugeriu que “alguma leitura deve ser feita”.
“Há um nível de descontentamento que deve ser tido em conta”, disse Chissano. “ O nosso país é grande, a nossa população é jovem, há talentos em muitos participantes na política, tanto nos partidos antigos como nos partidos novos”.
Para ele, “há que aproveitar esses talentos”.
Chissano realçou que “as eleições costumam ser períodos de aumento de conflitos, mas também podem servir para descobrir novos talentos para refletir de novo sobre o valor da unidade".
Em parte incerta continua Venâncio Mondlane, que voltou apelar a participação massiva na anunciada manifestação nacional contra os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, dando deram vitória a Daniel Chapo e ao Partido Frelimo, com 70% dos votos.
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