O presidente do PAIGC acusou o Presidente da República de cercar a sede do partido no dia marcado para o início do seu nono Congresso.
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Em conferência de imprensa num hotel de Bissau na tarde desta terça-feira, 30, Domingos Simões Pereira pediu o fim do cerco à sede do partido pela polícia e afirmou esperar que a CEDEAO tome as medidas que se impõem.
“O Presidente e o seu grupo de apoiantes depois de esgotarem todos os seus recursos para bloquear o país tentaram tomar de assalto o partido (ao cercar a sede do PAIGC). Que argumentos é que estão a utilizar para impedir o acesso de militantes à sede? O Presidente tem que assumir que ele sequestrou o partido”, acusou o antigo primeiro-ministro.
Para Simões Pereira, o partido apenas quer o cumprimento da lei e acusa José Mário Vaz de estar fora da lei, e que “tem se ser responsabilizado por tudo o que está a acontecer”.
“Pedimos às pessoas que tirem esse cerco ao PAIGC para permitir o acesso dos nossos militantes e dos nossos convidados, e para permitir o início do nosso nono congresso e se tal não acontecer usaremos todos os mecanismos de apelo nacionalpara salvação da democracia e liberdade e todos os cidadãos têm de saber que este é um momento de luta”, disse o presidente do PAIGC que apontou também o dedo à comunidade internacional.
Simões Pereira afirmou esperar que a missão da CEDEAO que chega a amanhã a Bissau tome as medidas que devem ser tomadas, caso contrário vai denunciar que “os guineenses estão a ser tratados como cidadãos de segunda ou de terceira na comunidade regional”.
Antes, a polícia realizou buscas para apreensão de armas de fogo, catanas e armas brancas na sede do PAIGC, por ordens do Ministério Público.
Na nota emitida pela Vara Crime do Ministério Público, junto ao Tribunal Regional de Bissau, pode-se ler que a polícia tem ordens para proceder a “busca, revista e apreensão de armas de fogo, catanas e quaisquer outros materiais cortantes”.
Na madrugada, agentes da Brigada de Intervenção Rápida rodearam a Praça dos Heróis Nacionais, confinando cerca de 200 militantes e dirigentes do PAIGC à sua sede nacional.
O cerco policial aconteceu horas antes do início do Congresso do partido, que ainda não aconteceu.
Por outro lado, em comunicado a CEDEAO admitiu impor sanções a partir de 1 de Fevereiro a pessoas ou organizações que estejam a impedir a resolução da crise política na Guiné-Bissau.