O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, ignorou o prazo de abandono de poder ao meio dia de hoje, restando a impugnação como única via para o seu afastamento.
No seu discurso televisivo de domingo, 19 de Novembro, Mugabe havia expressado claramente que não pretendia abandonar o cargo, apesar de ter sido removido da liderança do seu partido ZANU-PF.
Milhões de zimbabweanos que seguiram o discurso ficaram frustrados ao ouvir Mugabe a afirmar que irá orientar o congresso do ZANU – PF, no próximo mês.
Mugabe não fez menção à renúncia, nem de levar a intervenção militar na crise política no país com seriedade.
"A operação ... não constituiu uma ameaça à nossa ordem constitucional, nem desafia a minha autoridade como chefe de Estado, nem mesmo como comandante em chefe", disse Mugabe.
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O ZANU – PF havia determinado, na reunião de domingo, que Mugabe deveria abandonar o poder até o meio dia de hoje, 20. O partido, do qual Mugabe é co-fundador, colocou Emmerson Mnangagwa na liderança.
Mnagagwa, ex-vice presidente do Zimbabwe, foi demitido, este mês, por Robert Mugabe, no que foi visto em muitos círculos como uma acção destinada a substituí-lo por Grace Mugabe, esposa do líder no poder há 37 anos.
Lovemore Matuke, líder do partido, disse à Associated Press que o discurso de Mugabe foi surpreendente e não em linha como o que se esperava, uma vez que a renúncia era uma forma de evitar o embaraço da impugnação.
Chris Mutsvangwa, chefe da poderosa associação de veteranos de guerra, disse que “vamos à impugnação e estamos a convocar mais manifestações populares”.
Shaderick Guto, professor da UNISA (University of South Africa) diz que Mugabe está a tentar fazer um jogo, porque sabe que o exército tem, receio de ser ostracizado pela SADC e União Africana se avançar para o golpe de Estado.