Três dias após os militares assumirem os edifícios do Governo no Zimbábue, o Presidente Robert Mugabe fez a sua primeira aparição pública nesta sexta-feira, 17, numa cerimónia de formatura de uma universidade.
Fontes citadas pela imprensa dizem que ele discursou e foi aplaudido.
Até agora não houve qualquer pronunciamento oficial sobre a evolução do diálogo entre Mugabe e os militares, que até ontem continuava num impasse com o Presidente a dizer ser o único líder legítimo do país.
Desde o primeiro dia da sua intervenção, os militares negaram tratar-se de um golpe de Estado.
A acção, segundo o comunicado, seria contra assessores "corruptos" do Presidente.
Hoje, um comunicado do exército indica que deteve pessoas próximas do Presidente, Robert Mugabe, e congratulou-se pelos "progressos significativos" da sua operação de purga no seio do partido no poder, o Zanu-PF.
Na quinta-feira, 16, um jornal estatal publicou fotos do Presidente numa reunião com interlocutores estrangeiros, ministros e militares, inclusive o general que estaria por trás da insurgência em Harare, Constantino Chiwenga.
O encontro teria acontecido na State House, o palácio presidencial.
"Os militares insistem que o presidente tem que pôr fim ao seu mandato", indicaram as fontes citadas pelo jornal. "É uma espécie de ponto morto, um beco sem saída", acrescentaram.
O líder da oposição, Morgan Tsvangirai pediu que Mugabe renuncie.