Três ministros do Zimbábue foram detidos pelos militares nesta quarta-feira, 15, após tomarem o poder, embora tenham revelado não tratar-se de um golpe de Estado.
A agência EFE revela que soldados detiveram nas suas casas os ministros de Finanças, Ignatius Chombo, da Educação Superior, Jonathan Moyo, e do Governo Local, Obras Públicas e também líder do partido União Nacional Africana de Zimbábue-Frente Patriótico (ZANU-PF), Saviour Kasukuwere.
Os três integram o chamado grupo G40, acusado de expulsar veteranos da guerra de independência, como destituído vice-presidente Emmerson Mnangagwa, e de promover Grave Mugabe a vice-presidente.
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, revelou, em comunicado, ter falado com Robert Mugabe que confirmou estar na sua residência e bem de saúde.
Zuma revelou que vai enviar um representante para se encontrar com Mugabe e as Forças Armadas do Zimbábue,
Os militares também bloqueiam o acesso a edifícios do Governo na capital, Harare, incluindo o Mwenemutapa, onde está a Presidência, o Parlamento e o Supremo Tribunal.
“Para nosso povo e o mundo além das nossas fronteiras, nós queremos deixar claro de que isso não é uma tomada militar do governo", disse o general S.B. Moyo em mensagem transmitida na televisão pública na noite de terça-feira, 14, horas depois de os militares terem assumido o poder.
"O que as Forças de Defesa do Zimbábue estão a fazer é pacificar uma situação política, social e económica degenerada, que, se não resolvida, pode resultar em um conflito violento", disse o porta-voz, que também pediu para que a população mantivesse a calma, mas limitasse "movimentações desnecessárias".
Os millitares disseram ainda estar a "apanhar crimimosos" que assaltaram o partido e o Governo.
A oposição
O Movimento para Mudança Democrática, na oposição, que antes pediu que se protegesse o Governo civil, apelou pelo "regresso pacífico à constitucionalidade democrática e disse esperar que a intervenção militar "leve o país para uma nação progressista, democrática e estável".
Há informações não confirmadas indicando uma forte presença militar na estrada que leva à residência rural de Mugabe, no distrito de Zvimba.
O aeroporto internacional Robert Mugabe opera normalmente, mas as estradas de acesso estão controladas pelo exército.
Informações de diversos meios de comunicação indicam que as ruas estão tranquilas e o comércio funciona.
No Twitter, o clérigo muçulmano Ismail ibn Menk, escreveu que "o Zimbábue está calmo e a vida segue normal para os cidadãos comuns".