O jornalista e activista angolano Rafael Marques afirma ser um orgulho ter recebido o prémio Herói Mundial da Liberdade de Imprensa pelo Instituto Internacional da Imprensa (IPI), anunciado nesta terça-feira, 22.
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Para Marques, ele apenas faz um trabalho básico de denunciar actos de corrupção e, às vezes, acaba por pagar facturas muito altas.
“É um orgulho e uma surpresa ganhar este prémio porque eu faco apenas denúncias daquilo é real, o país está mal e eu escrevo”, reagiu Marques em conversa com a VOA.
Entretanto, o jornalista considera que não mereceria este prémio por ser parte do que ele faz, mas reconhece que muitas vezes “paga-se uma factura muito cara”.
O também activista recorda a aprovação recentemente de uma lei sobre repatriamento de capital que para ele é um instrumento “de lavagem de capital que vai dar imunidade a quem rouba o erário publico”.
Ao atribuir o prémio Herói Mundial da Liberdade de Imprensa, o Instituto Internacional da Imprensa (IPI) destaca em nota que Marques "tem enfrentado décadas de assédio e processos jurídicos ao revelar a corrupção e os abusos de direitos humanos" em Angola.
“Apesar da repressão sistemática dos meios independentes em Angola, Rafael Marques tem conseguido – correndo grande risco pessoal – fazer incidir uma luz no abuso de poder ao nível mais elevado com coragem e persistência”, diz na nota a directora-executiva do IPI.
Barbara Trionfi destaca que, através dos seus artigos, livros e pesquisa, "o senhor Marques tem levado a cabo o tipo de jornalismo de vigilância que os meios controlados pelo Estado do país não conseguem concretizar, proporcionando um serviço essencial ao público angolano e à comunidade internacional”.
O Prémio Herói Mundial da Liberdade de Imprensa do IPI homenageia jornalistas que deram uma contribuição significativa para a promoção da liberdade de imprensa, particularmente aqueles que colocam em risco a sua integridade pessoas.
O prémio será entregue a 22 de Junho em Abuja, na Nigéria.