Obama vai anunciar início da retirada nilitar do Afeganistão

Osama bin Laden (esq.) com Ayman al-Zawahri, algures no Afeganistão, numa foto de arquivo. Os Estados Unidos lançaram uma ofensiva militar, em 2001, para expulsar os terroristas da al-Qaeda, do Afeganistão - ofensiva que prossegue, dez anos depois,

Presidente continua empenhado em impedir que o Afeganistão volte a ser um santuário para terroristas

O presidente Barack Obama vai anunciar esta noite uma redução de tropas americanas no Afeganistão. Elementos do discurso do presidente foram já disponibilizados aos jornalistas.

Em Dezembro de 2009, Barack Obama anunciou que os Estados Unidos tinham um plano para concluir a guerra no Afeganistão que passava, em parte, pelo reforço temporário do contingente americano naquele pais.

"Como comandante em chefe, determinei que é no nosso interesse vital enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão", disse, na altura, o presidente Obama "Ao cabo de 18 meses, esses soldados começarão a regressar a casa. Eles são um recurso necessário para tomarmos a iniciativa e ajudarmos os afegãos a criarem capacidade de resposta – que permitirá uma transição responsável das nossas tropas no Afeganistão."

Esta noite, o presidente vai anunciar o início dessa “transição”, na realidade o início da retirada das tropas americanas, começando, em breve, com uma brigada de 5 mil soldados e outra no final do ano.

100.000 soldados americanos estacionados no Afeganistão ajudam a combater o terrorismo e a manter a segurança pública

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, pediu cautela e pouca especulação. E lembrou que Obama continua centrado em três objectivos 1) perturbar, desmantelar e derrotar a al-Qaeda, 2) inverter o ímpeto dos talibã e 3) evitar que o Afeganistão volte a ser o santuário para terroristas.

"Esses objectivos estão a ser concretizados. Tivemos sucessos significativos e o presidente continua muito envolvido na avaliação desse processo. Obviamente, ainda não alcançamos todos os objectivos; mas vale a pena lembra-los e o presidente fará isso", disse o porta-voz presidencial.

Barack Obama deve reiterar o compromisso de os Estados Unidos e a NATO transferirem para o governo afegão as responsabilidades pela segurança do país, em 2014.

Mas nota que a velocidade da retirada americana depende da evolução da situação no terreno. Após a retirada dos 30 mil soldados que foram mais recentemente para o Afeganistão, ainda lá ficam outros 68 mil.

O presidente deverá referir-se, também à crescente oposição interna à missão militar afegã, motivada pelo cansaço de 10 anos de guerra, dispêndio excessivo de dinheiro e alegações de corrupção contra o presidente Karzai e o seu governo.

Alguns membros do Congresso dizem que Obama deve decidir se vai reconstruir o Afeganistão ou reconstruir a América; outros dizem que os Estados Unidos não podem desistir sem mais nem menos.

Mas após uma reunião recente com o presidente Obama, o secretário da Defesa cessante, Robert Gates, afirmou que o presidente não ignora os custos da guerra, nem as reservas do Congresso, nem as preocupações dos americanos.