Mineira Vale reduz produção e exportação de carvão em Moçambique

Desestruturação da linha de Sena continua a limitar a produção e escoamento de carvão para o mercado externo

Faltas de infra-estruturas de transporte estão na base desta medida em vigor ao longo do segundo semestre do ano na mina de Moatize na província do Tete
A mineradora brasileira Vale reduziu neste semestre a produção do carvão da sua mina de Moatize, na província de Tete, devido a fraca capacidade de escoamento da Linha de Sena, que liga a mina ao porto da Beira.

Segundo dados divulgados pela direcção daquela mineradora, as previsões iniciais apontavam para uma produção e exportação de 4,9 milhões de toneladas até ao final do ano, mas devido a fraca capacidade da Linha de Sena, apenas será possível escoar 2,6 milhões de toneladas.

"As nossas ultimas previsões são para 2.6 milhões de toneladas o que representa uma grande redução quando comparado com as nossa previsões iniciais. Tivemos que reajustar as metas da produção tendo em conta a capacidade de escoamento que, infelizmente continua limitada pela capacidade da linha de Sena" disse Altiberto Brandão, Director de Operações da Vale, durante uma visita guiada de um grupo de jornalistas a mina de Moatize.

A redução dos volumes de produção resultou, para além da quebra de metas iniciais, na perda de receitas, num valor não foi revelado.

Neste momento a Vale prevê entrar, a partir de Janeiro de 2013, num nível de produção e exportação que assegure que até ao fim do ano, o volume seja de 4.9 milhões de toneladas.

"Acreditamos que as obras na linha de Sena sejam concluídas até Dezembro como está previsto e daí, a nossa produção entra no nível que desejamos" realçou o Director Operacional da Vale.

Actualmente a gigante brasileira tem uma capacidade de produção instalada para 11 milhões de toneladas na mina de Moatize e espera que atinja a sua máxima capacidade de exploração em 2014.

A partir desse ano entrará numa fase de aumento da capacidade produtiva, que tem como meta 22 milhões de toneladas por ano. A exportação será apoiada pela entrada em funcionamento do Corredor de Nacala, cujas obras tem como previsão de entrega, Dezembro de 2014.

Refira-se que da actual produção da Vale, cerca de 32% é carvão térmico e a restante é carvão de coque e tem como destinos o Japão, China, Correia do Sul, Índia, África do Sul, Brasil e Europa.

Segundo Brandão, a diversificação dos destinos faz parte de uma estratégia para o lançamento do carvão moçambicano no mercado mundial.