O líder da bancada da UNITA na Assembleia Nacional, Raul Danda, afirma que "está a ser seguido", mas continuará a "denunciar a má governação" de Angola.
Numa entrevista à Voz da América (VOA), Raul Danda revelou que foi recentemente alertado por jovens para dois indivíduos "armados" junto ao seu carro, em Luanda, a perguntar por ele.
Danda, que dispõe de protecção policial durante o dia, como todos os deputados, disse que chamou a polícia e os seis agentes que ocorreram ao local disseram ter sido informados que a sua missão era "retirarem-me dali em segurança". Afirmou estranhar que fosse essa a missão dos agentes, ao invés de investigarem quem eram as duas pessoas que o procuravam.
Disse que foi posteriormente informado, por alguém "ligado à segurança do Estado" que havia duas pessoas encarregadas "de me seguir".
O parlamentar da UNITA declarou, também, ter sabido que numa reunião, em Cabinda, o governador Mawete João Baptista manifestou o seu descontentamento devido às críticas constantes de Danda à actividade governativa, e que "já tinha orientado a tropa para tomar medidas".
Raul Danda afirmou que antes de ser governador de Cabinda, Mawete João Baptista "foi notado por fazer desaparecer opositores políticos" e está ciente que críticos do governo, como o fundador do PDP-ANA, Mfulupinga N'Landu Victor e o jornalista Ricardo de Mello foram mortos por divergirem.
Mas o deputado cabindês da UNITA declarou que não se deixa intimidar: "Vou continuar a denunciar a má governaçao deste país", disse.