O correspondente da Voz da América em Luanda, Alexandre Neto, foi distinguido quinta-feira com o Prémio Ricardo de Melo, atribuído pela Associação Justiça Paz e Democracia a um jornalista que se tenha destacado na defesa dos direitos humanos.
Neto afirmou-se emocionado e diz que o "prémio vale pelo seu simbolismo", notando que o nome de Ricardo de Melo tem peso em Angola e no estrangeiro.
Esta distinção é um “reconhecimento pelo esforço de trabalhar num ambiente difícil apesar da viragem para a democracia”, disse. Afirma ainda que este "também é um prémio para a Voz da América", que tem trabalhado para "contribuir para liberdade de expressão” em Angola.
Ao anunciar o prémio, no final de uma conferência sobre direitos humanos em Luanda, o ex-Primeiro Ministro angolano, Marcolino Moco, destacou o "trabalho exemplar no jornalismo de apoio às causas dos direitos humanos"
A chefe do Serviço Português da VOA, Ana Guedes, elogiou a distinção de Neto como "merecida" destacando a "persisitência e abnegação" do jornalista que, nomeadamente na aquando das manifestações em Luanda "não foge a situações que podem comprometer a sua integridade física" na cobertura dos acontecimentos..
O Prémio Ricardo de Melo tem o nome de outro correspondente da Voz da América, assassinado em Luanda em Janeiro de 1995.
Para além de colaborar com a VOA, Ricardo de Melo era director da publicação “Imparcial Fax” e a sua morte foi atribuída à divulgação de notícias sobre corrupção ao mais alto nível do estado angolano. A sua família e amigos responsabilizaram figuras ligadas ao regime pelo crime e o assassino nunca foi detido.