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Guiné-Bissau: Meios materiais dos militares angolanos provocam ciúmes


Armas alegadamente utilizadas na tentativa de golpe de 26 de Dezembro, em Bissau (Arquivo)
Armas alegadamente utilizadas na tentativa de golpe de 26 de Dezembro, em Bissau (Arquivo)

Militares guineenses não resistiram ao aparato militar angolano e exigiram o fim da MISSANG - diz o professor Eduardo Costa Dias

O recente anúncio do fim da missão militar de Angola na Guiné-Bissau, Missang, revelou a existência de um conflito entre as forças armadas e o poder político guineense – quem o diz é o professor Eduardo Costa Dias, docente no Centro de Estudos Africanos do ISCTE em Lisboa.

Para esse académico, mais do que uma questão de desentendimento político, a presença de militares angolanos em Bissau com uma logística de ponta terá também suscitado um sentimento de inferioridade nas forças armadas guineenses.

O professor Eduardo Costa Dias, diz por outro lado, que o facto de a Missang ter-se posicionado ao lado do governo de Carlos Gomes Júnior, terá alimentado a oposição dos militares guineenses e com isso o seu insucesso.

O professor do ISCTE diz contudo que as tropas angolanas podem continuar indefinidamente em Bissau, já que não foi fixada a data para a sua retirada ou que em ultima instância esse contingente poderá ser submetido as ordens de um comando da Comunidade Económica dos Estados da Africa do Oeste - CEDEAO.

De recordar que na sua viagem Segunda-feira à Bissau, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, confirmou que a missão angolana de apoio à reforma do setor militar - MISSANG - iria sair da Guiné-Bissau, em resposta às solicitações de "alguns setores" guineenses.

À saída de uma reunião com o governo guineense e após uma audiência com o Presidente interino da Guiné-Bissau, o responsável pela diplomacia angolana havia confirmou a retirada da Missang, sem no entanto adiantar a data da partida do contingente.

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