Milhares de malianos desfilaram terça-feira na capital do Mali, Bamako, pedindo a libertação das cidades nortenhas tomadas por separatistas tuaregues e militantes islâmicos.
Homens e mulheres de todas as idades desfilaram ao longo da principal artéria de Bamako pedindo a libertação de Gao, Kidal e Timbuktu – as três grandes cidades no norte do Mali tomadas na semana passada por separatistas tuaregues e militantes islâmicos armados.
Os rebeldes tuaregues reivindicaram a independência de um estado que chamam de “Azawad”. Muitos malianos, os países vizinhos e a comunidade internacional responderam imediatamente que a reivindicação não tem fundamento.
Mas o novo estado de Azawad não é o objectivo de todos os grupos que ocupam presentemente o norte. O grupo islâmico Ansar Dine tem por visão um Mali unificado, sob a lei islâmica.
Para muitos malianos a única resposta é desbaratar todos os grupos que ocupam o norte do país. Para Malick Alhousseini Maiga, presidente da Associação dos Povos do Norte do Mali, o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) não passa de uma minoria de uma minoria – uma organização que está associada a grupos terroristas.
Para Zeidan Sidi Lamine, um tuaregue membro da Associação dos Povos do Norte do Mali, existem três principais forças que ameaçam actualmente o norte e as estratégias para as enfrentar requere um profundo conhecimento da região.
Zeidan precisou que o norte do Mali está ameaçado por militantes islâmicos traficantes de drogas e pelo MNLA separatista. O primeiro dos dois fenómenos é mais complicado, disse, e requere uma resposta regional e internacional. Disse ter ficado encorajado por recentes conversações com funcionários da organização regional Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Em Bamako todos os olhos estão no processo liderado pela CEDEAO de transferência do poder da junta militar para um governo civil de transição. O líder do parlamento, Dioncounda Traoré, deverá tomar posse quinta-feira como chefe do governo de transição.