Investimento da Exxon na bacia do Rovuma poderá ser abandonado, disse Walll Street Journal

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Projecto avaliado em 30.000 milhões de dólares oposto por alguns membros do Conselho de Administração, disse o diário. Exxon nega mas não dá pormenores de discussões em curso

A Exxon está neste momento a fazer uma revisão do seu plano de investimentos de cinco anos e o investimento de mais de 30 mil milhões de dólares em Moçambique é um dos que está a ser analisado.

Uma decisão poderá ser anunciada já no final da próxima semana qando acabar a revisão.

O Wall Street Journal disse com efeito que o Conselho de Administração da companhia petrolífera americana está a debater se deve ou não continuar com vários projectos de exploração de petróleo e gás incluindo o seu projecto de 30.000 milhões de dólares de liquefacção de gás em Moçambique que a compania apelidou de projecto Rovuma

Vários membros do Conselho de Administração “expressaram preocupação sobre certos projectos incluindo um de 30.000 milhões de dólares de gás natural liquefeito em Mocambique e outros projectos de gás de vários milhares de milhões de dólares no Vietname”, disse o diário citando “pessoas familiarizadas com o assunto”.

O diário disse que os membros do Conselho de Administração estão a fazer face a pressões de investidores para limitarem o desenvolvimento de combustíveis fósseis para se reduzir emissão de carbono e assim “devolver mais dinheiro aos accionistas”

“Ambientalistas e algumas entidades governamentais estão também a pressionar a companhia para produzir menos petróleo e gás”, acrescentou o Wall Street Journal que afirmou contudo “não ser claro se o Conselho de Administração vai tomar uma decisão final sobre os projectos de Moçambique e Vietname durante a actual revisão”.

Como parte da revisão, a Exxon está a analisar as emissões de carbono de cada projecto e como é que isso pode afectar a capacidade da companhia de cumprir a sua promessa de reduzir emissões de gases para atmosfera .

Uma análise interna da companhia analisada pelo jornal conclui que os projectos de Moçambique e Vietname estão entre os mais altos.

A publicação “Upstream” disse no entanto que as emissões poderão ser menores do que aquilo inicialmente previsto porque foi pedido a várias companhias que fazem parte do projecto para avaliarem a possibilidade de incluirem tecnologia de captura e armazenamento de carbono no complexo de liquefacção de gás.

Por outro lado os projectos “fazem face a potenciais obstáculos políticos e alguns membros da administração da Exxon manifestaram preocupação sobre se irão produzir o retorno dos milhares de milhões de dólares que o investimento vai requerer”, disse o Wall Street Journal

A Exxon disse que não comenta as deliberações do seu Conselho de Administração . Contudo um porta voz foi citado pela publicação “Upstream” como tendo dito que “o tom e substancia do artigo estão errados” mas não deu outros pormenores e nao respondeu a pergunta sobre a questão.

A Exxon tornou-se no operador do projecto em 2017 depois de comprar a participação da companhia italiana Eni enquanto a Anadarko vendeu a sua participação à Total em 2019.

Já em Março deste ano a Exxon tinha adiado a Decisão Final de Investimento sobre o projecto de exploração de gás natural em Moçambique, colocando em dúvida o investimento de 30 mil milhões de dólares.