Numa altura em que é gritante a falta de hospitais na região, uma unidade hospitalar construída na localidade do Toco nos arredores do Lubango, em Angola, pela Igreja Católica há cerca de três anos continua sem operar, alegadamente por questões legais.
O hospital com capacidade para 50 camas completamente equipado que podia servir de mais-valia para a comunidade num importante corredor que liga o Lubango às outras capitais provinciais não funciona e os promotores da iniciativa estão sem perceber as razões.
O hospital foi erguido na Paróquia da Muxima a cerca de 30 quilómetros do Lubango.
O pároco Américo Costa, impulsionador da obra, lamenta o jogo de empurra que se assiste em prejuízo da comunidade.
“Sentimo-nos mal quando se pensa para o bem de uma comunidade que realmente é carente e depois a coisa fica assim”, disse, acrescentando que as autoridades não assumem a responsabilidade “e fica como se fosse um jogo de empurra-empurra”.
Américo Costa lamenta que, enquanto se aguarda pelo arranque do hospital, o equipamento ali instalado, avaliado em mais de dois milhões de dólares norte-americanos, esteja a denotar sinais de degradação.
A legalização do hospital, segundo o sacerdote, "é uma questão de vontade de quem de direito e a questão de recursos humanos também é vontade de quem de direito”.
O padre Américo Costa afirmou ainda que no quadro de parcerias firmadas pela igreja algum pessoal médico estrangeiro mostrou disponibilidade em vir servir o hospital desde que estejam reunidas condições legais para o seu arranque
O director provincial da saúde, Altino Matias, veio a terreiro assegurar que o hospital pode arrancar inicialmente com serviços mínimos e desenvolver gradualmente todas as suas valências.
“A paróquia do Toco pode avançar com a abertura paulatina do posto sem abrir para todas as áreas, mas pode começar com consultas até o seu estabelecimento total", concluiu Matias.
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