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Duas a três crianças morrem por dia no Hospital Municipal de Benguela


Pediatria do Hospital Municipal de Benguela, Angola
Pediatria do Hospital Municipal de Benguela, Angola

Director do estabelecimento diz que alguém está a falhar.

Duas a três crianças morrem diariamente na Pediatria do Hospital Municipal de Benguela, arredores da cidade, devido a uma epidemia de malária associada ao mau saneamento básico.

A Pediatria tem 84 camas, mas está com 300 pacientes internados, numa clara demonstração do aumento exponencial de casos de malária.

Sem medicamentos e material consumível, o Hospital Municipal regista casos suspeitos de febre amarela, a poucas horas do início de uma campanha de vacinação.

Pediatria do Hospital Municipal de Benguela, Angola
Pediatria do Hospital Municipal de Benguela, Angola

O cenário é desolador, com crianças numa única cama e muita gente nos corredores.

A epidemia de malária, responsável pela elevada taxa de ocupação hospitalar, superior a 200 por cento, levou a direcção a criar uma sala auxiliar e a montar uma tenda para albergar pacientes.

Não há memória de uma situação epidemiológica tão acentuada, a coincidir, como se não bastasse, com a escassez de medicamentos e de material consumível como seringas, gaze, algodão, álcool e luvas.

O director clínico do Hospital de Benguela,David Mendonça, vai ao cerne da questão, para mostrar que alguém está a falhar na elaboração do trabalho de casa.

‘‘Nos últimos seis meses, os nossos bairros apresentam deficiências em termos de saneamento e, como sabemos, o vector da doença (mosquito) desenvolve-se nesse ambiente. Daí o aumento exponencial’’, sustenta David Mendonça, que lamenta a média de três mortes por dia.

Agora, diante desta realidade, ele apela ao envolvimento de todas as forças da sociedade porque a malária é responsável por 70 por cento da ocupação hospitalar.

‘‘É uma epidemia de malária que surge numa altura em que não estamos preparados para resolver com os fármacos disponíveis. Assim é que solicitamos a quem tem possibilidade de ajudar a salvar a vida das nossas crianças’’, justifica o director, antes de um alerta para a rotura de medicamentos e material consumível.

O Comité de Especialidade de Empresários do MPLA foi ao Hospital doar alimentos, material consumível e 2000 balões de soro.

Belito Xavier, primeiro secretário, reconhece que o partido no poder tem responsabilidades acrescidas.

‘‘Esta doação vem para minimizar as dificuldades que o hospital tem. O nosso glorioso MPLA, atento às dificuldades vem fazendo aquilo que está ligado às suas responsabilidades’’, salienta Xavier, que anuncia uma campanha de recolha de sangue e doações do género em outros municípios.

Chongoroi será o passo a seguir.

Haverá também uma campanha de recolha de sangue para o Hospital Municipal de Benguela.

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