O calendário marca hoje - 7 de Outubro -, um ano desde que Israel e o Hamas iniciaram um conflito alargado depois do ataque do Hamas, matando 1.200 pessoas e capturando 253 reféns, segundo registos israelitas.
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Um ano depois, os médicos de Gaza lutam pela sobrevivência
Israel respondeu com máxima força militar. Mais de 42.000 palestinianos perderam a vida, de acordo com o ministério da saúde da Palestina. 66% do total das estruturas na Faixa de Gaza sofreram danos, de acordo com a última avaliação feita pelo Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT), em Setembro.
Mais de 67% das terras de cultivo de Gaza foram danificadas devido ao conflito em curso, agravando a insegurança alimentar de mais de 2 milhões de pessoas, ainda segundo a UNOSAT.
Traçámos aqui os principais acontecimentos do último ano:
Outubro 2023
7 de outubro
Militantes do Hamas levaram a cabo um ataque sem precedentes contra Israel, disparando milhares de mísseis enquanto dezenas de combatentes do Hamas se infiltravam na fronteira israelita fortemente protegida. Foi o dia mais violento na história de Israel. Netanyahu disse que o seu país estava em Guerra. Começam os ataques aéreos a Gaza.
O Hamas “pagará um preço que não conhece até agora.”
- Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel
Veja Também Hamas ataca Israel e Netanyahu diz que o seu país está "em guerra"
13 de outubro
Israel forca a evacuacao de toda a zona norte de Gaza. Mais de um milhao de pessoas foge dos ataques durante as semanas seguintes, tendo de se realocar varias vezes.
19 de outubro
Um navio de guerra da marinha americana intercepta mísseis e drones lançados do Iémen sobre o Mar Vermelho em direção a Israel. O grupo Houthi do Iémen, que - tal como o Hamas - é um aliado do Irão, continua a realizar ataques esporádicos de longo alcance contra Israel e contra a navegação no Mar Vermelho, naquilo que descreveu como actos de solidariedade com Gaza.
21 de outubro
Após dias de disputas diplomáticas, os camiões de ajuda são autorizados a passar pelo posto fronteiriço de Rafah, que liga o Egito a Gaza, onde os alimentos, a água, os medicamentos e o combustível estão a esgotar-se. Trata-se de uma fração do que é necessário. Nos próximos meses, a crise humanitária agravar-se-á à medida que Israel mantiver o seu bloqueio.
“Mas o povo de Gaza precisa de um compromisso para muito, muito mais – uma entrega contínua de ajuda a Gaza na escala necessária.”
- Secretário-geral da ONU, António Guterres
Veja Também Camiões de ajuda começam a entrar na Faixa de Gaza
27 de outubro
Israel começa a sua ofensiva terrestre em Gaza.
Novembro 2023
21 de novembro
Israel e o Hamas anunciam uma trégua, que durará sete dias, para trocar reféns detidos em Gaza por palestinianos detidos por Israel e permitir a entrada de mais ajuda.
Cerca de metade dos reféns - entre os quais mulheres, crianças e estrangeiros - são libertados em troca de 240 mulheres e adolescentes palestinianos detidos, antes do recomeço da guerra a 1 de dezembro.
As conversações sobre um novo cessar-fogo têm lugar nos meses seguintes, mas ainda não deram frutos. Israel afirma que pretende apenas uma pausa temporária para libertar mais reféns; o Hamas afirma que só os libertará como parte de um acordo permanente para pôr fim à guerra.
“O sistema de saúde de Gaza foi prejudicado pelas hostilidades em curso.”
- Richard Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinianos
Dezembro 2023
15 de dezembro
As forças israelitas matam por engano três reféns israelitas em Gaza. O incidente suscita algumas das mais fortes críticas de Israel à condução da guerra.
29 de dezembro
África do Sul acusa Israel de genocídio no Tribunal Superior da ONU. A submissão da África do Sul ao Tribunal Internacional de Justiça alega que “os atos e omissões de Israel... são de carácter genocida”, uma vez que são cometidos com a intenção de “destruir os palestinianos em Gaza como parte da comunidade palestiniana nacional, racial e étnica mais ampla”.
Veja Também África do Sul acusa Israel de genocídio no Tribunal Superior da ONUJaneiro 2024
26 de janeiro
O Tribunal Internacional de Justiça de Haia, também conhecido como Tribunal Mundial, ordena a Israel que evite o genocídio, mas não ordena o fim dos combates.
O tribunal afirma que algumas das acções de Israel podem ser consideradas violações da Convenção sobre o Genocídio, promulgada após o Holocausto.
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Tribunal da ONU ordena que Israel tome medidas para prevenir atos de genocídio em Gaza
Março 2024
10 de março
Um navio com 200 toneladas de ajuda para Gaza parte de Chipre num projeto-piloto de abertura de um corredor marítimo. As agências de ajuda humanitária afirmam que as entregas por via marítima e aérea não podem substituir as entregas por via terrestre através dos postos de controlo ainda restritos por Israel.
25 de março
O Conselho de Segurança da ONU adopta uma resolução que exige um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas. Os Estados Unidos abstêm-se da votação em vez de a vetarem, uma rara rutura com Israel.
Abril 2024
1 de abril
O complexo da embaixada do Irão em Damasco é atingido por um suposto ataque aéreo israelita que mata vários militares, incluindo um general de topo.
Ataques aéreos israelitas matam sete trabalhadores da organização de caridade World Central Kitchen, provocando um protesto mundial e aumentando a pressão para que seja autorizada a entrada de mais ajuda. Israel pede desculpa e mais tarde castiga alguns comandantes militares.
Palestinianos inspeccionam os danos causados pelos ataques aéreos israelitas durante a noite na Cidade de Gaza, sexta-feira, 7 de abril de 2023.
13 de abril
Teerão responde ao ataque à embaixada disparando centenas de mísseis e drones contra Israel, o primeiro ataque direto do Irão a Israel. A maioria é interceptada com a ajuda dos Estados Unidos e de outros aliados e ninguém morre. Seis dias mais tarde, explodem drones na cidade iraniana de Isfahan, no centro do país, no que se presume ser uma retaliação de Israel.
30 de abril
Após semanas de protestos estudantis pró-palestinianos que se espalharam pelos campus universitários dos EUA, a polícia prende manifestantes que tomaram um edifício na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Na manhã seguinte, a polícia de Los Angeles intervém para pôr termo à violência entre manifestantes e contra-manifestantes na UCLA.
Maio 2024
16 de maio
EUA concluem instalação de cais flutuante em Gaza que permitirá entrada de 500 toneladas de ajuda.
“Estamos concentrados em inundar a zona com assistência humanitária para complementar a prestação de ajuda através de rotas terrestres, que sabemos ser o caminho mais eficiente e eficaz para movimentar o volume necessário de assistência.”
- Vice-almirante dos EUA, Brad Cooper
31 de maio
Joe Biden apresenta a Israel um novo acordo de cessar-fogo "abrangente", afirmando que a oportunidade de um acordo em Gaza não deve ser "perdida".
Veja Também Biden apresenta proposta de cessar-fogo para pôr termo à guerra em GazaJulho 2024
2 de julho
Israel ordena a evacuação de Khan Younis. A UNRWA condena a ordem de Israel de “deslocação forçada” de 250.000 pessoas em Khan Younis.
9 de julho
Cais flutuante vai ser retirado de forma permanente. Decisao ocorre num momento em que as tropas israelitas continuam a fazer investidas em Gaza, ameacando um possivel cessar-fogo e libertacao de refens.
31 de julho
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerão. Yahya Sinouar, foi nomeado novo chefe político do movimento islamita palestiniano, uma semana após o assassinato em Teerão do seu antecessor.
Veja Também Líder do Hamas Ismail Haniyeh morto em TeerãoAgosto 2024
27 de agosto
Exército israelita anuncia o resgate de um refém. As Forças de Defesa de Israel disseram ter encontrado Qaid Farhan Alkadi, de 52 anos, durante “uma operação complexa no sul da Faixa de Gaza”.
Setembro 2024
18 de setembro
Últimos esforços de cessar-fogo, realizados até ao momento.
Veja Também Blinken no Egito para negociar cessar-fogo em Gaza
Outubro 2024
1 de Outubro
Israel invade o Líbano num conflito em escalada com o Hezbollah.
“Não há nenhum lugar no Irão que o longo braço de Israel não possa alcançar, e isso é verdade para todo o Médio Oriente.”
- Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel