A 15.ª Semana do Brasil em Angola celebra uma conexão histórica e estratégica entre Brasil e Angola, reforçando os laços culturais e económicos entre os dois países. Organizado pela Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN) e pela Câmara de Comércio Angola-Brasil (CCAB), o evento decorre de 6 a 14 de setembro em Luanda, com uma programação diversificada que inclui seminários, exposições e actividades culturais. Segundo Raimundo Lima, presidente da AEBRAN e da CCAB, o objectivo é “fortalecer os laços socioeconómicos” entre os dois países.
Your browser doesn’t support HTML5
O evento, que acontece anualmente, é o maior do mundo em comemoração à independência do Brasil fora do próprio país. “Nós vamos fazer a comemoração durante nove dias, enquanto no Brasil se celebra em apenas um dia”, explicou Lima, destacando a relevância do evento para os empresários e o público angolano. A programação incluiu seminários sobre relações culturais, como o realizado no dia 7 de setembro, com a presença do Ministro da Cultura de Angola e um pronunciamento em vídeo da Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes.
Entre os destaques da celebração estão as actividades culturais, como a exibição do filme “Axé: Canto do Povo de um Lugar” e a tradicional feijoada da independência, animada por músicos brasileiros e angolanos. O evento também conta com um seminário sobre as relações bilaterais entre Brasil e Angola, que será realizado no dia 12 de setembro. Autoridades como a Ministra da Educação de Angola, Luísa Grilo, e o Ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil em Luanda, Eduardo Lessa, participarão da mesa-redonda que discutirá o futuro das cooperações entre os dois países.
Your browser doesn’t support HTML5
As relações entre Brasil e Angola têm-se intensificado ao longo das últimas décadas, especialmente nos sectores empresarial e cultural. Lima destacou que o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência de Angola em 1975, o que marcou o início de uma parceria que ainda se fortalece. “O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola no dia 12 de novembro, logo após o dia 11”, comentou ele. Essa proximidade histórica facilitou o desenvolvimento de acordos comerciais e diplomáticos, mas Lima acredita que há muito mais a ser feito.
Segundo Lima, a balança comercial entre os dois países já foi de cerca de 4 mil milhões de dólares em 2010, mas caiu para aproximadamente 1,1 mil milhões nos últimos anos. “Isso mostra que há muito potencial de crescimento”, afirmou o empresário. Angola exporta principalmente petróleo para o Brasil, enquanto o Brasil fornece produtos como açúcar, carnes e equipamentos para a indústria de transformação.
Ao encerrar, Lima destacou que os próximos anos prometem ser ainda mais frutíferos, com novos projectos em áreas como agronegócio, indústria farmacêutica e siderurgia. “Estamos a retomar a parceria estratégica entre os dois países, com oportunidades que vão desde a produção de fertilizantes até à construção da primeira fábrica de medicamentos em Angola”, concluiu ele, reiterando o desejo de uma cooperação económica cada vez mais diversificada.
Com uma programação robusta e oportunidades de interação entre brasileiros e angolanos, a 15.ª Semana do Brasil em Angola consolida-se como um evento crucial para fortalecer a parceria entre esses dois países, promovendo tanto o intercâmbio cultural quanto o desenvolvimento económico.