No último episódio do Fala África VOA, Dani Stescki recebeu Dajoma Biada Boys, nascido Daniel José Manuel, e Humilde Domingos, dois artistas em ascensão no cenário musical moçambicano. A conversa revelou as trajetórias pessoais e artísticas dos músicos, destacando suas influências e os novos projetos que vêm conquistando o público.
Dajoma Biada Boys começou sua jornada musical ainda jovem, integrando corais escolares e experimentando diferentes estilos musicais antes de se encontrar no afro-pop. "O afro-pop vem da África e como nós fazemos as instrumentais usamos ritmos da nossa Terra," explica Dajoma, referindo-se ao uso de instrumentos tradicionais como o batuque e a valimba. Para ele, sua infância e raízes desempenharam um papel fundamental na formação de seu som único e envolvente.
Já Humilde Domingos, que também iniciou sua carreira musical na juventude, tem quase 20 faixas lançadas. Seu estilo é uma fusão de afro-pop com njole, uma dança tradicional moçambicana. Ele compartilhou como sua mãe influenciou seu amor pela música do Zimbábue, mencionando artistas como Alick Macheso e Leonard Dembo: "Minha mãe foi aquela que sempre me ensinou a falar xona e tive aquela curiosidade de saber mais acerca da música do Zimbábue." Essa curiosidade o levou a explorar e incorporar esses elementos em sua própria música, criando uma mistura única de influências culturais.
Um dos pontos altos da entrevista foi a discussão sobre as colaborações entre os dois músicos nas músicas "Mulola" e “Ambuye.” Dajoma descreveu a experiência de trabalhar com Humilde em "Mulola" como "muito gratificante" e ressaltou o respeito que tem por Humilde como mentor: "A experiência de trabalhar com o Humilde foi boa porque o Humilde Domingos é um homem maduro e decisivo." Humilde, por sua vez, vê a música como uma metáfora para os desafios da vida: "Na música falamos: nosso filho é muito bom... Mas esse espaço é limitado, pois tens que procurar a tua vida."
Além de "Mulola," os artistas têm trabalhado juntos em um projeto ainda mais ambicioso, a música “Ambuye,” que significa "Deus" e que reuniu 22 artistas para um clamor por África, especialmente por Moçambique e Cabo Delgado. Segundo Dajoma, "a música clama a Deus que possa olhar pela África." O projeto, que inclui vários idiomas e estilos musicais, reflete um esforço coletivo para promover a unidade e a paz. "A entrada de um artista e do outro parecia uma coisa guiada por Deus," comenta Humilde sobre a harmoniosa colaboração.
Dajoma também anunciou o lançamento iminente do vídeo da música "Cada Munthu Anaprogramasatxe," que será lançado em 25 de outubro. A canção aborda a dignidade do trabalho e o respeito por todas as profissões, enfatizando que cada um faz o seu máximo, para o seu ganha-pão.
Para concluir, a entrevista com Dajoma Biada Boys e Humilde Domingos no Fala África VOA ofereceu uma visão profunda sobre o cenário musical moçambicano, a cultura e as influências que moldam esses artistas. Enquanto eles continuam a inovar e a inspirar, suas músicas refletem não apenas talento, mas também uma conexão profunda com suas raízes e com a mensagem que desejam compartilhar com o mundo.
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