União Europeia repensa ajuda alimentar aos pobres

Nicolas Sarkozy apoia a continuidade da ajuda alimentar

Aquela decisão seria desastrosa para alguns dos cidadãos europeus mais vulneráveis

Os governos da União Europeia vão considerar, na próxima semana, se irão cortar um programa de ajuda alimentar que está a beneficiar mais de 13 milhões de pessoas pobres. Os países que apoiam este corte argumentam que os governos nacionais deveriam fornecer essa ajuda alimentar. Mas, organizações de caridade, em Paris, consideram que aquela decisão seria desastrosa para alguns dos cidadãos europeus mais vulneráveis, numa altura em que se vive uma crescente austeridade.

O pequeno escritório da organização de caridade francesa “Secours Populaire”, num subúrbio de Paris, estava cheio num dia desta semana. Uma amostra dos pobres da França estava ali patente: jovens e velhos, emigrantes e naturais do país. Todos eles formavam uma fila para receber a sua ração semanal de carne, massa, produtos lácteos e chocolate para as crianças.

A organização “Secours Populaire” é uma de muitas organizações europeias de caridade que dependem da União Europeia para a ajuda alimentar. Mas, os países membros da União Europeia estão divididos sobre a decisão de cortar este programa de ajuda.

A tradicional assistência depende de excedentes de produtos alimentares. Mas, os excedentes escasseiam e alguns países argumentam que os governos nacionais – e não Bruxelas – devem apoiar os seus pobres.

O presidente da “Secours Populaire”, Julien Laupetre, afirma que cortar a ajuda da União Europeia seria desastroso.

Laupetre afirma que algumas pessoas comem apenas graças à ajuda alimentar. E que, sem a ajuda da União Europeia, a sua organização será forçada a fazer cortes para metade no fornecimento de víveres oferecidos à população pobre. Só a “Secours” ajudou, este ano, perto de dois milhões e meio de pessoas.

Os cortes são sugeridos numa altura em que os governos europeus estão a fazer reduções orçamentais. Como é o caso da França, onde os cortes anunciados pelo governo de Nicolas Sarkozy gerou manifestações de protesto nas ruas, esta semana.

A França é um dos países que defende que a União Europeia deve manter a ajuda alimentar