O analista político, Andre Thomashausen, afirma que a crise no ANC se deve ao facto de o principal partido da África do Sul não ter feito a transição de "movimento de libertação, de cariz leninista, para partido democrático".
Numa entrevista à Voz da América, disse que o ANC tem dificuldade em aceitar o debate interno e a crítica interna é vista como manifestação inimiga.
O debate interno sobre o futuro do partido devia ter sido iniciado após o congresso do ANC em 2008 - que aprovou um plano concreto nesse sentido - mas ainda não arrancou, segundo o nosso interlocutior, por responsabilidade do Presidente Jacob Zuma.
A ausência de definição sobre o que é o ANC, e o que deve ser no futuro, deixa o partido à mercê do que Thomashausem descreve como "oportunistas" como Julius Malema - líder da ala juvenil do partido, que fazem lobby para a radicalização do ANC.
A atenção dada a Malema, de 30 anos, resulta de "um vácuo ideológico no ANC que não define o futuro" permitindo a grupos minoritários ocuparem espaço superior à sua representatividade.
Diz, por exemplo, que o grupo de Maleba é composto por cerca de 200 pessoas - uma minoria muito actiova - ao passo que 80% dos militantes do ANC paga as quotas mas não participa activamente na vida do partido. Clique acima para ouvir a entrevista com Andre Thomashausen.