As grandes quantidades de peixe encontrado morto na costa marítima do Município do Tombwa preocupam a saúde pública. Por lá esteve o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Afonso Pedro Canga, à frente de uma equipa técnica a avaliar os danos causados não só na economia da população, como também para o meio ambiente.
O titular da pasta da Agricultura e Pescas, presumiu que a diminuição de oxigénio nas águas oceânicas locais, aliado ao provável aumento de algas, pode estar na base deste acidente ecológico:
“Presume-se que isto esteja ligado a alterações ambientais, presume-se que houve aumento de algas e que também houve uma diminuição de oxigénio, o que provocou naturalmente a morte de grande quantidade de peixe. Os nossos especialistas estão a trabalhar, nos próximos dias acredito que nós vamos dar a conhecer os resultados reais das causas que estiveram na base da morte de tão grandes quantidades de peixe”, esclareceu.
O ministro Canga, apelou às comunidades locais para não consumir o pescado morto, em circunstâncias estranhas e por esclarecer na costa marítima do Namibe:
“Peixe morto, como deste caso, não deve ser consumido. Por isso estamos a trabalhar, para limparmos as praias e alertar a população para que não consuma o peixe encontrado morto”, exortou à população local.
A reacção da população do Namibe não se fez esperar, alguns dizem que o governo deve aprender com a Historia a fazer avaliações dos factos com precisão, recorrendo aos meios científicos. João Agostinho, residente local, disse:
“Não, eu não concordo com isto, não concordo com estas declarações do ministro, é necessário que haja especialistas que vão investigar isso, uma investigação que esclarece se é que é mesmo falta de oxigénio ou não. Realmente, estão a surgir muitos fenómenos estranhos em Angola, gostaríamos que este governo, nosso governo, trabalhasse com seriedade para dar explicação de todos os fenómenos que estão a acontecer no país. O governo parece revelar incapacidade, até de esclarecer os factos ocorridos. Os desmaios nas escolas são de entre os vários casos que se impõe esclarecer, até hoje, não há um esclarecimento que convença a população”, disse.
Para muitos, a situação é deveras preocupante e explicam porquê, caso de Justo António do Instituto Médio de Pescas:
“O oxigénio no mar tem, agora é preciso levar amostras aos laboratórios para que se tenha ideia de uma explicação científica. De resto, não concordo com estas afirmações porque senão vejamos, se o problema fosse da insuficiência do oxigénio aqui na baía do Namibe também poderia aparecer peixe morto”, reiterou.
Especialistas do sector das pescas falam em mais de 100 toneladas de pescado diverso encontrado morto na costa marítima do Município do Tombwa em circunstâncias por se determinar.