Os Estados Unidos enviaram um navio de guerra equipado com mísseis e sofisticado sistema de radar para patrulhar as águas ao largo de Cabo Verde e assim impedir uma possivel operação de resgate do cidadão colombiano Alex Saab, tido como arquitecto de uma rede económica que tem ajudado a manter no poder o regime de Nicolas Maduro na Venezuela, diz o jornal New York Times.
Saab, alvo de um mandado de captura internacional emitido pela Interpol, foi preso pelas autoridades cabo-verdianas em junho quando viajava da Venezuela para o Irão.
Os dois países têm fortalecido as suas relações face a crescentes sanções americanas e Saab é tido como o organizador dessa rede de violação das sanções internacionais
O jornal noticia também que no mês passado, a pedido dos Estados Unidos, dois países africanos – não identificados pelo jornal - rejeitaram autorização de aterrissagem a um avião iraniano a caminho de Cabo Verde.
Desconhece-se no entanto precisamente quem eram os passageiros desse avião.
“Entidades oficiais disseram ser possível que o avião transportava espiões iranianos, comandos ou mesmo só advogados envolvidos nos esforços para se impedir a extradição de Saab”, escreve o New York Times que acrescentou que o avião “regressou a Teerão”.
Segundo este diário, após a captura de Saab em junho, o Departamento de Defesa, chefiado então por Mark Esper, recusou pedidos do Departamento de Estado e do Departamento de Justiça para enviar um navio de guerra para a zona para impedir o Irão de tentar levar a cabo qualquer operação de resgate de Saab.
Como compromisso foi enviado em agosto um navio menor da Guarda Costeira, o Bear, que levou a cabo uma patrulha conjunta com a marinha de Cabo Verde que, segundo uma declaração oficial, concentrou-se na prevenção da pesca ilegal em águas cabo-verdianas.
No início de novembro, o Presidente Donald Trump demitiu Mark Esper e o novo secretário de Defesa Christopher Miller concordou no envio do cruzador San Jacinto, equipado com vários sistemas de mísseis anti-aéreos e de ataque marítimo e ainda sistemas de radar aéreos e de superfície e com uma tripulação de 350 homens, incluindo 30 oficiais.
O New York Tines diz que entidades do Governo de Donald Trump estão convencidos que a presença do San Jacinto evitou qualquer tentativa do Irão de resgatar Saab.
O Comando Africano das Forças Armadas Americanas confirmou o envio do navio, mas disse ter sido enviado para Cabo Verde para “combater actividades transnacionais ilícitas na região".
O San Jacinto regressou, entretanto,aos Estados Unidos para as festas de Natal e desconhece-se se voltará à zona ou se será substituído.