Estados Unidos oferecem uma recompensa de cinco milhões de dólares por informação que leve à prisão e/ou condenação do antigo Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau António Indjai.
Num comunicado, o departamento de estado acusa Indjai de ter liderado “uma organização criminosa que teve um papel activo no tráfico de drogas na Guiné Bissau e na região durante muitos anos quando era Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau”.
Para o departamento de Estado, Indjai “era considerado uma das figuras destabilizadoras mais fortes na Guiné-Bissau, viajando livremente pela África Ocidental, usando rendimentos ilegais para corromper e destabilizar outros governos estrangeiros e minar o primado da lei através da região”.
O comunicado diz que aquele antigo dirigente das forças armadas guineenses foi indiciado em Janeiro de 2013 depois de “fontes confidenciais” do departamento de luta anti-droga dos Estados Unidos (DEA) “terem começado a comunicar com Indjai e os seus associados co-conspiradores na Guiné-Bissau.
Indjai concordou em armazenar várias toneladas de cocaína supostamente pertença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) que ele pensava irem ser vendidas para benefício da FARC”.
“Indjai e os seus co-conspiradores, acordaram que uma porção da cocaína recebida seria usada para pagar a entidades oficiais da Guiné-Bissau”, segundo o comunicado que acrescenta que para além disso “Indjai e outros co-conspiradores concordaram em comprar armas, incluindo mísseis anti-aéreos para as FARC usando os rendimentos da droga e estabeleceu uma companhia de fachada na Guiné-Bissau para completar as transacções ilícitas de armas, contribuindo para a destablização da África Ocidental e América Latina”.
Indjai é acusado de "conspiração narco-terrorista, conspiração para importar cocaína, conspiração para fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira e conspiração para adquirir e transferir mísseis anti-aéreos".
Bubo NaTchuto
As acusações contra Indjai são semelhantes às que foram usadas para condenar o antigo Chefe de Estado-Maior da Marinha da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, num tribunal de Nova Iorque depois de ter sido capturado em 2013, durante uma operação em águas internacionais levada a cabo por agentes americanos e de Cabo Verde.
Na altura circularam informações de que Bubo Na Tchuto tinha sido atraído a um iate por agentes que se identificaram como traficantes de drogas da América Latina e onde foi preso.
O objectivo teria sido atrair também ao local António Indjai, mas por razões desconhecidas este não se deslocou ao local.
Três anos depois de ter sido capturado Bubo Na Tchuto foi condenado a quatro anos de prisão que levaram em conta os três anos passados na cadeia.
Bubo Na Tchuto considerou-se culpado em tribunal de conspirar para importar narcóticos para os Estados Unidos.
Veja Também Bissau: Juristas defendem segurança para Zamora Induta e Bubo Na TchutoEm 2010, antes da sua prisão as autoridades americanas tinham colocado Bubo Na Tchuto numa lista de traficantes de drogas, mas este continuou as suas actividades.
Durante o julgamento foi revelado que Na Tchuto e dois seus colaboradores, Tchamy Yala e Papis Djeme tinham-se reunido com informadores americanos para discutir o transporte de drogas para a Guiné-Bissau.
Bubo Na Tchuto teria pedido um pagamento de um milhão de dólares por cada 100 quilos de cocaína, segundo a acusação.
Djeme e Yala consideraram-se culpados e foram condenados em 2014 a 6 anos e meio de prisão.