O antigo Chefe de Estado Maior da Armada da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, condenado na terça-feira, 4, a quatro anos de prisão por por tráfico de droga por um Tribunal de Nova Iorque, vai ser deportado em 2017 quando cumprir a pena.
A informação foi avançada nesta quarta-feira, 5, por um porta-voz do Procurador Federal à AFP, que não citou o nome da fonte.
A extradição, segundo o porta-voz, deverá ocorrer nos primeiros meses de 2017, depois de Na Tchuto cumprir o que falta da pena, o que deve acontecer a 4 de Abril.
A mesma fonte revelou ainda que, caso volte a entrar nos Estados Unidos depois da sua extradição, o almirante guineense será colocado sob supervisão por um periodo de cinco anos.
Bubo Na Tchuto foi preso a 4 de Abril de 2013 por oficiais da Agência de Combate à Droga (DEA) dos Estados Unidos nas águas internacionais perto da Guiné-Bissau que se disfarçaram de representantes de fornecedores de droga da América Latina.
Na Tchuto e mais cinco acompanhantes foram detidos na operação, mas apenas o antigo Chefe de Estado-Maior da Armada guineense e três cúmplices, Tchamy Yala, Papis Djeme e Malam Mane Sanha foram trazidos para os Estados Unidos.
No ano passado, Yala e Djeme chegaram a um acordo com a justiça americana e aceitaram a culpa, tendo sido condenados a cinco anos e seis anos e meio de prisão, respectivamente.
Malam Mane Sanha, cumpriu 36 meses da pena de prisão e foi extraditado para Portugal por ter nacionalidade lusa.
No início do processo, o antigo homem forte da armada da Guiné-Bissau encarava a prisão perpétua caso fosse condenado, sob a acusação de distribuição de 5 quilos ou mais de cocaína, com a intenção de os fazer chegar aos Estados Unidos.
Bubo Na Tchuto, no entanto, chegou a um acordo com a justiça, reconhecendo a sua culpa.
"Eu não tenho muito a dizer, além de que sinto muito pelos meus actos", disse o militar guineense na audiência em que foi lida a sentença.
A operação da DEA também tinha como alvo o Chefe de Estado-Marior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, que liderou o golpe de Estado em 2012, mas António Indjai terá desistido à última hora de ir ao encontro dos tais representantes latino-americanos.
A Procuradoria Federal dos Estados Unidos acusou Bubo Na Tchuto de cobrar um milhão de dólares por cada operação.