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Bubo Na Tchuto condenado a quatro anos de prisão


Bubo Na Tchuto
Bubo Na Tchuto

"Eu não tenho muito a dizer, além de que sinto muito pelos meus actos", afirmou Na Tchuto no tribunal.

O almirante José Américo Bubo Na Tchuto, antigo Chefe de Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, foi condenado a quatro anos de prisão por um Tribunal de Manhattan por conspirar para importar narcóticos para os Estados Unidos.

A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 4, pelo juiz distrital Richard Berman, depois de Bubo Na Tchuto ter chegado a um acordo com a justiça ao declarar-se culpado em Maio de 2014.

"Eu não tenho muito a dizer, além de que sinto muito pelos meus actos", afirmou Na Tchuto, através de um intérprete, antes de o juiz proferir a sentença.

Na sua decisão, o juiz Richard Berman declarou que Bubo Na Tchuto colaborou com a justiça, um factor que ele diz ter levado em conta na setença.

Preso a 4 de Abril de 2013 em águas internacionais, segundo o Departamento Anti-Drogas dos Estados Unidos (DEA), que montou uma operação para deter Bubo Na Tchuto e o antigo Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas António Injai, o almirante pode ser libertado a qualquer momento.

Pelo menos foi o que defendeu o seu advogado na audiência, Patrick Joyce, “por bom comportamento”.

No início do processo, o antigo homem forte da armada da Guiné-Bissau encarava a prisão perpétua caso fosse condenado, sob a acusação de distribuição de 5 quilos ou mais de cocaína, com a intenção de os fazer chegar aos Estados Unidos.

A Guiné-Bissau é visto pelos Estados Unidos como o maior ponto de passagem de drogas da América Latina para a Europa.

As autoridades americanas e europeias seguiram durante muito tempo esse triângulo de droga no país.

A prisão

Segundo os procuradores americanos, Na Tchuto e os dois cúmplices presos com ele encontraram-se a título confidencial com os informantes da DEA que fingiam ser representantes dos traficantes de droga latino-americanos.

António Indjai (esq.) e Bubo Na Tchuto (Foto de arquivo)
António Indjai (esq.) e Bubo Na Tchuto (Foto de arquivo)

Nos encontros, as conversas sobre entregas de cocaína para a Guiné-Bissau foram gravadas pelos agentes americanos.

A operação da DEA também tinha como alvo o Chefe do Exército, que liderou um golpe de Estado em 2012, mas António Indjai terá desistido à última hora ir ao encontro dos tais representantes latino-americanos.

Bubo Na Tchuto e os cúmplices foram levados para Cabo Verde no barco onde foram presos e da ilha do Sal viajaram para os Estados Unidos.

Acordo com a justiça

Em Abril passado, os dois ex-assessores de Na Tchuto, Tchamy Yala e Papis Djeme, consideraram-se culpados das acusações de conspiração para exportar drogas para os Estados Unidos.

Em Setembro do ano passado, Papis Djeme foi condenado a seis anos e meio de prisão por envolvimento no esquema de tráfico de droga.

A 8 de Dezembro, o outro cúmplice de Bubo Na Tchuto, Tchamy Yala, foi condenado a cinco anos pelo juiz Richard Berman por envolvimento num esquema de importação centenas de quilos de cocaína para os Estados Unidos.

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