A eleição de Adalberto Costa Júnior para a presidência da UNITA revela uma transformação nesse partido que “é espetacular”, disse o economista e antigo membro da cúpula do partido Fernando Heitor.
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“Todos os discursos radicais, os extremistas que a UNITA tem ficaram para trás (no congresso)”, disse.
“A UNITA não aceita mais isso e o partido sofre uma transformação neste congresso que é espetacular”, acrescentou.
Mas Heitor disse não acreditar que a UNITA possa ganhar as eleições gerais de 202 embora possa prever 50% “ou quase isso” nas eleições autárquicas.
Para as eleições gerais um bom resultado para a nova equipa da UNITA “seria atingir os resultados conseguidos pelo Jonas Savimbi, nomeadamente 70 deputados”, acrescentou afirmando ainda que Adalberto Costa Júnior “ precisa de fazer muito trabalho a nível de Angola para se presidenciável”.
O economista avisou que para a UNITA as criticas ao governo não podem ser feitos de forma geral ou “abstracta”.
“O discurso de crítica ao governo tem que ser um discurso concentrado em dados fidedignos e em propostas convincentes”, disse acrescentando que “é preciso que a UNITA atraia o empresariado” e que tenha também “um discurso para os sindicatos para as associações profissionais”.
“Isso é feito com dados com propostas bem elaboradas e bem estudadas”, afirmou.
O analista político Cristóvão dos Santos concordou que a eleição de Adalberto Costa Júnior para a presidência da UNITA é um sinal de mudança.
“Pela primeira vez um dirigente do topo da UNITA não é militar de carreira”, disse acrescentando que de todos os candidatos à chefia da UNITA Adalberto Costa Júnior era “o que menos agradava ao MPLA”.
“Adalberto Costa Júnior tem uma presença muito forte nas novas tendências das redes sociais e da comunicação social”, disse.
“Ele tem uma presença fortíssima”, afirmou Cristóvão dos Santos notando que muitos descrevem o novo presidente da UNITA como “o Obama de Angola”.
Devido aos receios da força de Adalberto Costa Júnior o MPLA “vai mudar um pouco a sua estratégia e isso vai passar por não fazer eleições autárquicas como tinha previsto e prometido”, acrescentou o analista para quem a UNITA conseguiu “dar o grande passo para deixar de ser uma UNITA com uma característica mais belicista para ser uma UNITA mais política ligado mais á democracia”.