Crise pós-eleitoral cria insegurança, dizem analistas angolanos

Eleitora, Luanda,Angola, 23 de Agosto, 2017

As redes sociais têm sido apontadas como a principal fonte que alimenta os discursos mais radicais e violentos.

A crise pós eleitoral, que se instalou em Angola está a causar várias
especulações entre as populações, que temem um clima de insegurança no
pais caso a Comissão Nacional Eleitoral continue na lógica da violação
da constituição e da lei.

As reclamações e dúvidas levantadas pela oposição angolana sobre os
resultados provisórios divulgados pela CNE,
atribuindo vitória ao MPLA nas eleições gerais de 23 de Agosto,
continuam a preocupar a população, que receia um clima de instabilidade
política.

Analistas em Luanda admitem que o pais pode estar a caminhar para o
mesmo “abismo” que lhe é familiar e que pode ter outras
consequências, pois desta vez a oposição já deu sinais que pretende
vender um pouco mais caro o seu voto.

As redes sociais têm sido apontadas como sendo a principal fonte que
alimenta os discursos mais radicais e violentos, com vários
protagonistas e actores a não alinharem por uma perspetiva de
reconciliação e de serenidade.

O ministro do interior afirmou semana passada, que recebeu garantias do
maior partido na oposição, de que seja quais forem os resultados
definitivos a serem anunciados pela CNE, vai
observar apenas os procedimentos da constituição e da lei.

Ângelo da Veiga Tavares aproveitou a ocasião para tranquilizar a
população, tendo ignorando informações que circulam
nas redes sociais dando conta de um alegado clima de insegurança face
aos resultados das eleições de 23 de agosto.

A conferência episcopal de Angola e São Tomé juntou-se a
contestação dos partidos da oposição e considerou que as eleições
gerais não foram transparentes.

A nota pastoral dos bispos católicos defende a necessidade da
refundação da comissão nacional eleitoral.

O tribunal constitucional, por intermédio do seu
director do gabinete dos partidos políticos, Marcy Lopes, saiu em
defesa da comissão nacional eleitoral ao afirmar que esta não violou
qualquer procedimento legal ao divulgar os resultados provisórios ou
definitivos.

O jurista Monteiro Kawewe lamenta o facto da legislação eleitoral
angolana ter sido transformada em letra morta. Este especialista não tem dúvidas em afirmar que a CNE violou, deliberadamente a lei, a favor de um dos concorrentes, no caso o partido MPLA.

Acompanhe o debate sobre este assunto, com o padre Celestino
Epalanga e os juristas os juristas Monteiro Kawewe e Carlos Teixeira:

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