Angola, que ainda tem a sua economia altamente dependente do petróleo, foi duramente afectada pela baixa do preço do combustível fóssil, o que levou o presidente José Eduardo dos Santos a tomar medidas económicas de urgência no início de 2015.
A crise, que piorou com a alta do dólar e a desvalorização do kwanza, continua a afectar angolanos que estão dentro e fora do país. Um dos grupos que têm sofrido bastante são os estudantes no estrangeiro que não possuem bolsa de estudos.
A crise em Angola torna a vida deles em um constante desafio, como explica o malanjino Joaquim Kalombe. Ele está a estudar no Brasil desde 2014 e recentemente concluiu o curso universitário em tecnologia e gestão ambiental na Faculdade Integrada Camões em Curitiba, Paraná.
Ele lembra que antes da crise recebia mensalmente dos parentes uma quantia aproximada de $500 dólares, em torno de R$ 1.700 reais.
Com o início da crise em 2015 e o seu agravamento na segunda metade do semestre, Kalombe passou a receber um valor inferior, e com um atraso de dois a três meses.
Para enfrentar o desafio inesperado, ele e mais três colegas angolanos passaram a morar em um sobrado para reduzir o custo da renda.
Além disso, o grupo conversou com os parentes e decidiu que eles precisavam enviar o dinheiro de Angola para o Brasil de uma vez só. Assim os quatro estudantes conseguiram continuar a pagar os estudos e as despesas mensais.
Outra maneira que Kalombe e seus colegas encontraram para resolver o recebimento de menos dinheiro dos familiares foi encontrar estágios remunerados.
Para ele, a garra de continuar a estudar, apesar das adversidades, vem do desejo de obter realização pessoal e contribuir para o avanço de Angola.
Kalombe quer que seu país seja uma nação democrática que zela pelo futuro das novas gerações.
Enquanto isso continua a investir na sua formação. Já iniciou mais um curso superior. Agora está a estudar tecnologia em logística, e em breve deverá começar a especialização em gestão pública.
Não deixe de conferir a entrevista na íntegra para saber mais sobre Joaquim Kalombe.