O combate à corrupção por parte do governo de João Lourenço deve ser alargado às grandes instituições e figuras do país, disseram analistas angolanos quando convidados acomentar os dois anos da luta anti corrupção do governo.
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Ojurista José Carlos a intenção do presidente da República em combater a corrupção é boa mas, o combate incoerente pelo facto de não ter havido transparência com a declaração de bens acrescentando que João Lourenço leva um combate selectivo.
“O que tenho a dizer é que a política do Presidente João Lourenço sobre a corrupção é uma politica incoerente, porque quando tomaram posse deviam todos fazer a declaração de bens desde presidente, ministros e governadores para que qualquer um cidadão possa consultar sem qualquer dificuldade”, disse o jurista para quem “a luta contra corrupção tem sido seletiva.
“Existem muitos indivíduos envolvidos em casos de corrupção e não são responsabilizados, não sabemos se neste período de cinco anos poderão ser responsabilizados ou não, acrescentou.
O também escritor e professor Universitário, lembra que após o período colonial nenhum angolano herdou alguma propriedade e que os ricos angolanos foram quase todos feitos no sistema corrupto que antigo presidente ofereceu.
Já Mfuka Muzemba antigo deputado a Assembleia Nacional, classifica como boa a intenção de João Lourenço para combater a corrupção, mas falha por não atacar as grandes instituições e as grandes personalidades envolvidas em casos de corrupção.
“Se o presidente da República trouxe este desafio é porque tem noção das grandes instituições e grandes personalidades envolvidas em corrupção, e não acredito que o presidente e o executivo consigam combate-los”,disse.
Muzemba afirma que é preciso um combate que não seja “para inglês ver”.
Por seu lado, o também jurista Pedro Kaprakata aponta como nova forma de corrupção a distribuição das empresas.
Outra opinião tem o padre Pio Wakussanga, especialista em resolução dos conflitos, que entende que para que João Lourenço materialize a sua intenção é importante o envolvimento das igrejas, autoridades tradicionais, activistas e políticos.
“O assunto deve ser tratado como uma questão restaurativa, ou seja, é importante a envolvência da sociedade civil, igrejas, autoridades tradicionais, todos e não tem acontecido”, disse.