Quatro dos seis jovens activistas angolanos do auto-denominado Movimento Revolucionário da “Primeira Região”, que assinaram a carta a comunicar ao Governo provincial de Luanda a realização de uma manifestação a 19 de Outubro, contra a subida dos preços da cesta básica, respondem nesta quinta-feira, 26, pelas 11 horas, no Serviço de Investigação Criminal, em Viana, por supostamente terem gravado um vídeo que atenta contra a segurança do Estado.
Em declaraçoes à VOA, um dos assinantes da petição, Escoval França, mais conhecido por Viriato da Cruz, garantiu que o grupo não vai recuar e que a manifestação vai acontecer, a começar no Fermat do Cazenga e até 100 metros de distância do Palácio Presidencial.
“As notificações não nos vão fazer recuar”, sublinhou o activista, recusando a acusação de golpe de Estado porque "apenas fizemos o nosso marketing para uma manifestação".
Entretanto, para o jurista Pedro Kapracata a notificação contra os subscritores visa intimidar os manifestantes e alerta que não há qualquer diferença entre o regime eduardista e o actual.
“A intenção de aperfeiçoar o próprio sistema e tirar alguns de dentro parece que está a melhorar, mas o sistema continua o mesmo”, comentou.
David Salei, Manuel Jacinto e Lacildo Manuel Malaza são os demais activistas notificados.