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Familiares do director da ENDE detido em Malanje sem informações do processo


Apagão durante visita do PR na origem da prisão
Apagão durante visita do PR na origem da prisão

Os familiares do director da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) em Malanje, Justino Luzolo Nsakala, estão desapontados com a ausência de informação da Procuradoria Geral da República (PGR), sobre a situação dele desde que foi preso a 21 de Maio.

Nsakala, Nelson Vieira, funcionário do Governo provincial e Oussman Mangovigula foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), depois da cidade ter sofrido um apagão que não poupou o Palácio do Governo, no momento em que Joao Lourenço, recebia em audiência entidades e personalidades da sociedade civil.

Baptista Nsakala, irmão de Luzolo, disse que a única informação que a família possui é de que os três arguidos estão indiciados pelos crimes de desobediência e sabotagem.

"Na verdade, nós não temos informação nenhuma, a não ser que a Procuradoria-Geral da República constituiu-lhe arguido, sob a acusação dos crimes de desobediência e de sabotagem”, explicou Nsakala, que disse não entender a prisão pelo facto de que “ o crime de desobediência tem uma moldura penal que varia dos três dias aos três meses e caucionável".

Os advogados da empresa, ainda segundo a mesma fonte, tentaram pagar a caução que foi rejeitada pelo Ministério Público, enquanto a procuradora junto do SIC mantém a prisão preventiva.

Os familiares desconhecem também em que situação está o processo legal.

O irmão lamenta que Justino Luzolo Nsakala “está na comarca como se fosse um criminoso.

O advogado de defesa Israel da Silva é de opinião que a as entidades locais deveriam investigar o que aconteceu com a falha de energia no dia da visita do Presidente porque os apagões são normais e diários na cidade de Malanje sem que ninguém tenha detido anteriormente.

"No nosso contexto, o nosso sistema de transportação de energia nem sempre é o melhor. Não é por ser num tempo em que está o Presidente da República que se detêm pessoas, deviam averiguar e até poderia ser por via disciplinar e não pela detenção", defendeu Silva, acrescentando que "o tempo de detenção extrapolou e que não havia razão para detê-los”.

Uma fonte da PGR disse à VOA não haver qualquer pronunciamento oficial porque o processo está em segredo de justiça.

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