No Afeganistão, as autoridades estão a investigar a espectacular evasão de 500 prisioneiros, quase todos talibãs, em Kandahar e a dar caça aos foragidos.
A maioria dos túneis para escapar da prisão são escavados de dentro para fora. Este foi ao contrário: guerrilheiros talibã escavaram um túnel com mais de 300 metros por baixo da prisão principal de Kandahar, a segunda maior cidade do país e praça forte dos talibã.
Cerca de 500 prisioneiros escaparam, no domingo à noite. Entidades oficiais admitem que a esmagadora maioria são guerrilheiros e os próprios talibã admitem que entre os foragidos há uma centena de comandantes do seu movimento.
Para o porta-voz presidencial, Waheed Omar, este incidente "desastroso" foi "um duro golpe" e "uma coisa que não devia ter acontecido. Estamos a tentar perceber o que aconteceu e o que pode ser feito para compensar este desastre na prisão de Kandahar”.
Alguns analistas dizem que esta evasão massiva vem sublinhar a vulnerabilidade das forças de segurança afegãs, apesar dos milhões investidos pela NATO no seu treino.
É uma vulnerabilidade de que o porta-voz do presidente Karzai se diz consciente. "Uma evasão desta magnitude aponta a existência de vulnerabilidade e temos que a aceitar. Este incidente recorda-nos que temos falhas e problemas", afirma Waheed Omar.
Havia cerca de 1200 reclusos na prisão de Kandahar, onde as medidas de segurança foram aumentadas após um incidente em 2008: um camião armadilhado explodiu junto à prisão, destruindo o muro. Dessa vez fugiram 900 prisioneiros.
Aos 500 que fugiram agora, as autoridades dizem que já estão a dar caça. A NATO pôs os seus recursos à disposição das autoridades afegãs.