Guiné-Bissau: Angolanos são "força de ocupação estrangeira".

Salvo por angolanos. Carlos Gomes Júnior

"Inadmíssivel" que chefe do governo tenha sido resgatado por militares angolanos

A presença de militares angolanos na Guiné-Bissau constitui uma "força de ocupação inadmíssivel", disse um porta-voz da oposição guineense.

Numa conferência de imprensa para reagir ao levantamento militar de Segunda-feira os partidos da oposição da Guiné Bissau acusaram o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior de ter vendido " a sua alma" e recursos do país a Angola.

Falando em nome dos partido da oposição Victor Pereira disse ser "inadmíssivel" que o primeiro-ministro tenha sido resgatado da sua residência por "forças de ocupação estrangeira" provenientes de Angola.

O porta-voz fazia assim alusão às noticias que o chefe do govenro guineense tinha procurado refúgio na embaixada angolana e que soldados angolanos teriam feito uso de armas de fogo para o proteger de insurrectos que tencionavam captura-lo.

Angola mantém actualmente na Guiné-Bissau conselheiros militares como parte de um programa destinado a ajudar a Guiné-Bissau a reformar as suas forças armadas

Para Vítor Pereira a alegada tentativa de golpe de estado registada na Segunda-feira é apenas uma "paródia" e uma "purga" do chefe do governo guineense contra os adversários politicos do primeiro-ministro que contou com o apoio de Angola

"Se primeiro-ministro já vendeu a sua alma aos intersses angolanos o povo guineense não permitirá que venda impunemente os nossos recursos," disse o porta-voz da oposição para quem a rebelião de Segunda-feira pode tabém estar relacionada com o tráfico de drogas através da Guiné Bissau que disse afectar agora "todos os níveis" do estado guineense.

A Guiné Bissau atravessa de momento uma situação de incerteza na sequência da rebelião.

Dos tiroteios registados na noite de segunda-feira na residência do deputado Roberto Ferreira Cacheu, cujo paradeiro se desconhece por enquanto, um agente da polícia de intervenção rápida acabou por falecer em Dakar, capital senegalesa, em resultado de graves ferimentos.

O suposto autor do crime, um major do exército, por sinal suspeito no envolvimento na frustrada tentativa de golpe de estado, foi executado no comando da Polícia de Intervenção Rápida, em Bissau, que assim se vingou da morte do agente.

Um outro suspeito, Marcelino Simões Lopes Cabral, que em tempos foi Ministro do Interior, entregou-se ao Ministério Público, enquanto que mais de três dezenas de militares encontram-se presos em conexão a este caso.


O presidente da União Africana Jean Ping encontra-se em Bissau tendo já mantido encontros com o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Raimundo Pereira, que interinamente assume a Presidência da Republica, na ausência de Malam Bacai Sanha.