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Criticada a política dos EUA no Congo-Kinshasa


Votos das eleições parlamentares de final de Novembro ainda não foram apurados
Votos das eleições parlamentares de final de Novembro ainda não foram apurados

Activistas e analistas políticos congoleses não perdem de vista as irregularidades eleitorais e apontam o dedo à Washington

Activistas e analistas da política americana na República Democrática do Congo estão desapontados com a administração do presidente Obama em relação a controvérsia eleição presidencial naquele país.

O Departamento do Estado americano reagiu com profundo desapontamento a aprovação pelo Supremo Tribunal da RDC dos resultados das eleições presidenciais de Novembro sem ter analisado em completo as queixas de irregularidades.

A mesma reacção têm os activistas e analistas que consideram que a administração Obama não se mostrado firme em condenar o novo mandato do reeleito presidente Joseph Kabila de 40 anos e empossado no cargo na semana passada depois de tensões e violencias de rua.

Patrick Mubobo um congolês que participou num protesto de congoleses diante da Casa Branca, diz que o presidente Obama não está a fazer o que prometeu no seu seu discurso sobre a política americana para com África em 2009 no Ghana.

“Ele disse em Ghana que África não precisa de homens fortes. Africa precisa de instituições fortes, foram as suas palavras. Estou a citar o seu discurso de Ghana. Ele deve respeita-lo. Quando se fala acerca da democracia, tem que se fazer por ela e ser democrata.”

Mubobo alega que os Estados Unidos não estão a fzer pressões para um justo apuramento dos resultados das eleições, e diz acreditar que a administração americana não simpatiza com o seu canidato e segundo mais votado nos escrutínios, o antigo primeiro-ministro, Etienne Tshisekedi.

“Eles pensam que ele não será capaz de exercer a função de presidente, mas é uma completa mentira. Eles não o conhecem. Eles não o entendem.”

A especialista do Congo na Morehouse College no Estado da Geórgia, Laura Seay concorda haver uma preferência dos Estados Unidos e de outros países doadores em relação a Kabila, que preside um país rico em minérios desde 2001.

“Devo pensar que, para muitos, aceitar o presidente Kabila é uma correcta percepção. Diplomatas ocidentais em Kinshasa não são tão favoráveis para com ele, mas sabem que podem trabalhar com o mesmo, ao passo que Tshisekedi é visto como uma carta fora do baralho e alguém que não conhecem e se devem ou não confiar. Mas o governo americano certamente não quer dar sinais de que apoia a fraude eleitoral.”

A Comissão Eleitoral do Congo Kinshasa pediu a assistência internacional incluindo dos Estados Unidos para o apuramento dos votos das eleições parlamentares realizadas também em finais de Novembro e que até ao momento não foram contados.

No que toca as eleições as presidenciais, observadores do Centro Carter disseram que o processo foi tão defeituoso para ser considerado de credível. Mas um recente comunicado do Departamento do Estado informa não ser ainda claro se houve irregularidades suficientes para mudar a expressão das urnas.

Os congoleses criticam igualmente o que consideram de falhanço dos Estados Unidos em incluir na sua política de ajuda, os esforços à protecção civil nas regiões norte e leste do país, assim como o reforço das contribuições a reforma do sectores da justiça e segurança, assim como ao encorajamento da dismilitarização da lucrativa industria de extracção mineira.

O Secretário Assistente para os Assuntos Africanos, Johnnie Carson disse ainda este mês que os Estados Unidos representam o maior doador da RDC com a promessa de 900 milhões de dólares aos programas de manuntenção da paz, de ajuda humanitária e as iniciativas de desenvolvimento, durante o ano passado. Contudo muitos dos activistas congoleses estão a apelar para que parte dessas ajudas seja suspensa até a realização de eleições credíveis.

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