As organizações da sociedade civil angolanas concluíram que as demolições e despejos forçados em Angola têm agravado a pobreza no país.
A conclusão saiu no fim de uma mesa redonda sobre “ Direito a Habitação, a Terra e o Acesso a Justiça em Angola”, realizada na província angolana de Benguela pela associação OMUNGA.
Durante o evento, ouviram-se relatos de demolições de casas e deslocações forçadas e dos traumas, descontentamentos e desestruturação que as destruições das habitações causam nas famílias e nas crianças em particular.
Os participantes advertiram que, a insensibilidade com que se trata os grupos mais vulneráveis, nomeadamente, viúva, idosos e deficientes físicos tem aumentado a sua vulnerabilidade.
Constatou-se que tem agrado a pobreza ao destruírem os que as vitimas constroem com as suas poupanças e das acções resultam perdas de bens e de vidas humanas. José Patrocínio é o coordenador da OMUNGA.
“ Estas praticas são muitas vezes feitas sem respeitar a legislação nacional e internacional, mas ficam impunes o que resulta no sentimento de frustração e desconfiança no sistema de justiça.”
Reconheceu-se que, as demolições continuam a ocorrer e as pessoas estão a ser colocadas ao relento sem receber indemnização.
Destaque ainda para o progresso na atitude das autoridades de Benguela em relação ao respeito das leis, contrastando com a persistência do governador da Huila, Isac dos Anjos, em prosseguir com as demolições em completo desrespeito e insensibilidade dos impactos que tem sobre as famílias que delas são vítimas.
Refira-se que, o encontro juntou cerca de 40 representantes das ONGs, activistas cívicos e comunidades vítimas ou na eminência de demolições e desalojamentos forçados, das províncias de Luanda, Huila e Benguela.