Legalização do aborto a luz da revisão do actual código penal levanta protesto no seio da sociedade civil e alguns partidos políticos na Província.
O Dom Dionísio Hisilenapo Bispo da Diocese durante a homilia da missa realizada no Município do Tombwa, exortou aos fiéis católicos a não se deixar levar pelo vento. O aborto segundo o prelado constitui atentado a vida e relega Angola a sonolência do desenvolvimento harmonioso que se pretende.
«Todos os dias morrem em Angola milhares de cidadãos de malária. Isto não basta? Não bastaria isto, o HIV-SIDA também vem tirar o que é seu. Não bastaria isso, é preciso aprovar uma lei, no código penal para abortarmos, não bastaria? Vocês imaginem quando andam por ali, só matas, florestas densas, enfim, savanas, quem vai habitar isto? Vamos fazer requisição aquém? Quais os países mais populosos do mundo? Está a Índia, a China, a Rússia também. Vamos requisitar populações nestes países para habitar Angola? Não há população e o país tem muitos recursos para fazer crescer Angola. Os cristãos devem estar muito longe destas pretensões, porque o Deus que nos salvou em Jesus Cristo é Deus da vida», apelou aos fiéis católicos e não Católicos da Província".
Dom Dionísio Hisilenapo asseverou ter chegado o momento de os cristãos e população em geral protestar a institucionalização da lei de aborto em Angola. «Eu tenho escutado atentamente vozes, manifestações, manifestações. Parece-me que a maior manifestação era esta, a favor da vida. Outras coisas, são temporais, são do mundo, depois terminaremos todos na mesma cova, no mesmo buraco. Homens grandes e pequenos, ricos e pobres, altos e baixos, poderosos e menos poderoso, mas a vida nossa, será entregue a Deus e é Deus que vai-nos julgar», defendeu o prelado.
O partido do Galo Negro que durante a IV reunião da comissão política, realizada na cidade do Huambo, de 22 á 23 de Setembro do ano em curso, segundo o comunicado final que a voa teve acesso, no ponto 8, condenou a pratica do aborto, segundo o documento, contrária á cultura, tradições e valores africanos.
«A Unita condena a prática do aborto na generalidade, contrária á cultura, tradição e valores africanos, bem como o facto de o governo ter despenalizado o aborto sem antes ter havido consulta aos angolano», refere-se o ponto 8 do comunicado final da IV sessão da comissão política realizada na cidade do Huambo.
O secretário provincial do Namibe do partido do Galo Negro, Faustino Mumbika, enceta contactos com as diversas franjas da sociedade para uma manifestação pública contra o aborto a ter lugar nos próximos dias na província.
«Assunto que diz respeito a todos, estamos a sentir que talvez só nos da UNITA, estivéssemos preocupado com o caso, mas felizmente, com esse pronunciamento do senhor Bispo, e aqui o repto vai para outras Igrejas e sociedade civil, julgamos que sim, é tempo de fazermos um pronunciamento que visa travar aquilo que consideramos atentado a integridade de Angola». Questionado sobre os participantes a manifestação que culminará com a vigília, Mumbika respondendo, disse que o assunto toca a todos angolanos, portanto a participação será inclusiva, o MPLA-partido no poder será igualmente convidado a participar.
Portanto, desconhece-se no entanto a data, hora e local da manifestação e vigília, contra a lei do aborto a ser convocada pela UNITA, onde o partido no poder será igualmente convidado.