Alguns membros desta comunidade dizem pretender agora, inverter o actual quadro de exclusão social, exigindo das autoridades governamentais angolanas, projectos credíveis que visam ajudar as comunidades desenvolver-se socialmente.
«Em Angola, não temos representantes San no sector público, não temos igualmente representante no parlamento. Sobrevivemos da alimentação de mel, de carne de caça e peixe capturado nos rios. Bebemos água imprópria, igualmente vivemos ao relento, os nossos filhos não estudam, não têm nenhum documento que lhes identifica como angolanos, se não apenas o cartão de registo eleitoral para aqueles que têm mais de dezoito anos, a nossa saúde vivemos da sorte das raízes de plantas, não sabemos o que é assistência médico medicamentosa, portanto uma total exclusão embora nos consideram pessoas encontradas no território antes dos outros que vieram da república centro africana», lamentou Kavila Lititinga líder comunitário de Jamba Cueio, província do Kuando Kubango e activista da Ong mbakita.
Pascoal Baptistini da ONG Mbaquita, que trabalha com esta franja da população angolana, no corredor Moxico, Kuando Kubango e Cunene, descreveu assim o dia-a-dia desta população não banto, controlada em vinte e duas comunidades, num total de mais de sete mil e oitocentas pessoas, mas em eminente extinção.
Está em curso o inventário de referência histórico-cultural destas comunidades não banto que habitam na região sul de Angola e um pouco no Moxico, financiamento da Open Society. A Experiencia adquirida no estudo feito junto de comunidades índios no Brasil poderá ajudar a implementação dos projectos em curso que visam criar aglomeração populacional nestas comunidades a beneficiar-se de apoios institucionais, mas sem ferir o carácter cultural e o modo vivente.