O antigo presidente do Egipto, Hosni Mubarak, foi hoje presente a um tribunal do Cairo sob a acusação de ter mandado matar centenas de manifestantes anti-governamentais e de actos de corrupção.
Mubarak compareceu deitado numa maca tendo ficado ao lado dos seus dois filhos Gamal e Alaa, do antigo ministro do Interior, Habib al-Adly, e de seis antigos agentes de segurança.
Mubarak e os seus dois filhos negaram categoricamente as acusações de que são alvo. Se forem considerados culpados os réus enfrentam a possibilidade da pena de morte.
Fora do tribunal, onde um ecran gigante transmitia imagens dos réus enjaulados, como é habitual nos julgamentos no Egipto, a mãe de Mohamed Soliman Tawfik, um estudante universitário morto nas manifestações, afirmou estar aliviada.
Disse que o seu filho era um bom rapaz, foi bem-educado, ao contrário dos filhos de Mubarak, e que para ela foi suficiente ver o antigo presidente enjaulado.
Hosni Mubarak foi o segundo líder árabe forçado a abandonar o poder durante os populares levantamentos anti-governamentais no Norte de África e Médio Oriente este amo e o primeiro a ser levado a julgamento. Os que apoiam o homem que governou o Egipto durante perto de 30 anos falaram em sua defesa, com um deles a responsabilizar os órgãos de informação e países estrangeiros, incluindo os Estados Unidos e Israel, por tudo o que aconteceu:
“Eu sempre o apoiei e milhões de egípcios apoiam Mubarak. Penso que isto é uma conspiração contra o Egipto, uma conspiração bem-feita mas, com a ajuda de Deus, iremos derrotar esta conspiração ao seu tempo.”
Mas tais pessoas parecem em minoria. Através do Cairo, egípcios juntam-se à volta de aparelhos de televisão em cafés e esplanadas, acompanhando o histórico julgamento. O julgamento de Mubarak e dos seus filhos recomeça no próximo dia 15 de Agosto.