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Crise na UNITA: Divisões nos partidos já não se podem esconder


Dirigentes históricos da UNITA, numa conferência de Imprensa em Luanda, pressionam o líder do partido, Isaías Samakuva, a dar passos para a marcação de um Congresso. Da esquerda para a direita estão Abel Chivukuvuku, Samuel Chiwale, Paulo Lukamba Paulo, J
Dirigentes históricos da UNITA, numa conferência de Imprensa em Luanda, pressionam o líder do partido, Isaías Samakuva, a dar passos para a marcação de um Congresso. Da esquerda para a direita estão Abel Chivukuvuku, Samuel Chiwale, Paulo Lukamba Paulo, J

Diferenças internas dos partidos acabam agora por ser assuntos publicos, diz docente angolano.

A crise na Unita é um indício que debates dentro de partidos já não podem ser escondido do público, disse o docente e jornalista Manuel Muanza.

Muanza disse que esta situação vai alargar-se a todos os partidos pois será cada vez mais difícil tentar esconder-se os debates internos que disse serem parte integrante da vida de qualquer partido.

A UNITA foi nos últimos dias abalado por uma crise despoletada pelo fim do mandato do seu presidente Isaías Samakuva.

O fim do mandato Samkuva provocou acusações de que a actual direcção queria manter-se no poder não convocando um congresso para analisar a questão da liderança.

Subsequentemente a Comissão Permanente da UNITA decidiu instaurar processos disciplinares a várias figuras do partido, incluindo a Abel Chivukuvuku, que havia criticado Samakuva.

Aquele órgão da UNITA considera de "infracção disciplinar gravíssima (...) a criação e apoio ao chamado “grupo de reflexão" que emitiu declarações criticando o presidente
Esse grupo que integra ou conta com o apoio de históricos como Samuel Chiwale, Abel Chivukuvuku e Paulo Lukamba Gato, foi crítico do presidente do partido Isaías Samakuva, por este não ter convocado um congresso antes do termo, a 22 de Julho, do seu mandato na chefia da UNITA.

O analista Manuel Muanza disse “não ser nada de estranho” aparecerem diferentes opiniões sobre questões internas ou externas dentro de um partido.

Para Muanza é “inevitável” que a vinda a público de diferenças internas será algo que vai acontecer em todos os partidos políticos angolanos.

“Isto é o que inevitavelmente vamos assistir daqui em diante porque as diferenças internas dos partidos acabam por ser assuntos públicos,” disse Muanza para quem numa democracia “o que belisca um partido acaba por ter consequências na vida pública”.

O que é estranho em Angola, acrescentou, é que os partidos tendem a “silenciar as suas contradições” criando a ilusão de uma unanimidade “ o que não é verdade porque sem contradições não há evolução”.

“O fenómeno daquilo que se esta a passar na Unita passa-se em todos os partidos,” disse Muanza.

“ A formação de tendências dentro de um partido é um fenómeno natural,” disse afirmando que mesmo durante a guerrilha houve diferentes opiniões dentro da Unita.

“Hoje a contestação já não se faz no contexto da guerrilha quando os procedimentos para a silenciar eram diferentes,” disse.

“Hoje há pouca margem para silenciar determinados fenómenos,” acrescentou.

Ouça a entrevista na sua totalidade carregando na barra azul no topo.

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