O Presidente da UNITA, Isaías Samakuva, parece ter controlado uma onda de contestação interna contra a sua liderança.
Isto porque Abel Chivukuvuku, Paulo Lukamba Gato, e outros, se demarcaram do Grupo de Reflexão durante a reunião extraordinária do Comité Permanente da Comissão Política realizada, esta semana, nos arredores de Luanda.
O secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa, disse à Voz da América (VOA) esperar que os dois assumam formalmente a posição tomada na reunião.
"Eu não posso contar tudo o que se passou na última reunião extraordinária do Comité Permanente. Mas eu não acredito que o deputado Abel Chivukuvuku não condene
a acção rebelde deste grupo de reflexão", disse Numa, precisando que "o irmão Abel, foi isso que ele afirmou: que condenava a existência desses grupos paralelos".
Kamalata Numa declarou esperar que agora essa denúncia seja feita "de uma forma formal, para que os militantes entendam que o companheiro Abel e o companheiro Gato não estão envolvidos com essa desordem no seio do partido".
"Eles demarcaram-se [do Grupo de Reflexão] absolutamente e de uma forma contundente", revelou o secretário-geral da UNITA.
A reunião do Comité Permanente determinou a abertura de um processo disciplinar contra os que, no interior do partido, apoiam uma facção dissidente, proibida pelos estatutos.
Kamalata Numa disse à VOA esperar que o inquérito sirva para as pessoas esclarecerem as suas posições e digam, formalmente, de que lado estão, sublinhando que "se o fizerem, o partido vai perceber que o companheiro Chivukuvuku e o companheiro Gato não estão ligados a esse movimento contestatário porque ele viola de uma forma grosseira os estatutos do partido".
Não foi possível, até ao fim do dia de quinta-feira, contactar Abel Chivukuvuku. Já Paulo Gato disse à VOA que não comenta em público questões internas da UNITA.
Os dois, acompanhados por Samuel Chiwale, José Quissanga e Carlos Tiago Kandanda, estiveram esta semana numa conferência de imprensa em que o presidente da UNITA era pressionado a marcar um congresso para a escolha de um líder para o partido, explicando-se que o mandato de Samakuva terminou a 22 de Julho passado.
Samuel Chiwale, um co-fundador da UNITA, juntamente com Jonas Savimbi, disse à VOA que a sua presença no evento era apenas para ouvir o que os mais novos tinham a dizer e considera que o manifesto do Grupo de Reflexão foi "um erro".