Uma equipa do Tribunal Penal Internacional encontra-se na Costa do Marfim para investigar crimes de guerra cometidos durante a crise política entre o antigo governo e o vencedor das eleições do ano passado.
O governo do presidente Alassane Ouattara assinou um acordo com o TPI permitindo a esse órgão de justiça internacional a abertura de investigações de crimes cometidos durante a violência política que se seguiu a recusa do então presidente Laurent Gbagbo em abandonar o poder.
O ministro da justiça Jeannot Ahoussou Kouadio reuniu-se com a procuradora adjunta do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda. Kouadio disse que o acordo demonstra o quanto o governo de Ouattara está engajado em assegurar que todos aqueles que cometeram crimes de guerra sejam apresentados a justiça, seja de que lado estiveram durante a crise.
O ministro da costa-marfinense da justiça diz que a presença da procuradora Bansouda em Abidjan é um sinal forte de que ninguém deve cometer crime sem ser apanhado e punido.
O procurador-geral do TPI Luís Moreno-Ocampo diz que pelo menos três mil pessoas foram mortas durante a crise política que culminou com a detenção de Laurent Gbagbo. O TPI através da sua procuradora Fatou Bensouda considera que 520 pessoas foram detidas ilegalmente e existem mais de 100 casos reportados de violação sexual
“O TPI apenas vem complementar os esforços nacionais que estão a ser levados a cabo, e acreditamos que com esta acção conjunta entre as autoridades da Costa do Marfim e o gabinete do procurador do Tribunal Penal Internacional, poderemos ajudar a pôr fim a impunidade.”
O governo do presidente Ouattara já anunciou a intenção em julgar o antigo presidente Laurent Gbagbo e a sua esposa por crimes contra o povo incluindo a corrupção e desvio de fundos.
A Human Rights Watch diz entretanto que membros da juventude pro-Gbagbo mataram apoiantes de Ouattara em Abidjan e atacaram imigrantes dos países que apoiavam o presidente eleito. A mesma organização adiantou que antigos rebeldes que ajudaram Ouattara na conquista do poder são culpados de acções de vingança em Abidjan e na fronteira com a Libéria.