A cidade de Benguela está longe de oferecer condições e oportunidades equitativas aos seus habitantes. A população urbana está privada dos serviços básicos no que se refere a electricidade.
Este contexto tem estimulado o surgimento de lutas urbanas por cidades mais justas e humanas. A tendência crescente tanto do aumento urbano como da pobreza nas cidades.
No bairro do Kalohombo, município de Benguela, por exemplo, populares exigem do governador provincial Armando da Cruz Neto uma explicação em relação aos cortes no fornecimento de energia eléctrica.
Naquela zona a população está há mais de um ano sem electricidade e diz que já foram feitos pedidos de esclarecimento a administração municipal e a Empresa Nacional de Energia, sublinhando que as autoridades governativas remeteram-se ao silêncio.
Agastado com a situação, Júnior Afonso um dos moradores do bairro, disse a Voz da América que, a não electrificação da sua zona tem criado sérios transtornos na vida da comunidade.
“ Onde não há luz não há desenvolvimento; onde não há luz falta de tudo um pouco,” disse o habitante.
O retrato do bairro do Kalohombo, reflecte por outro lado, como o direito a participação do cidadão no planejamento e na gestão das cidades, pode promover a justa distribuição dos benefícios e ónus do processo de urbanização; a distribuição da renda urbana, a democratização do acesso dos serviços públicos para a população pobre.
Viriato Nelson coordenador do projecto “Cidadania” da ONG Twayovoka, disse que, naquela comunidade a população tem interesse em interagir com as autoridades para a definição dos programas de desenvolvimento local, mas administração municipal não está aberta para o diálogo.
Defendeu ainda a necessidade de se potenciar o cidadão para que possa advogar pelo respeito dos seus direitos.
“ A nossa grande preocupação é que as pessoas comecem a exercer os seus direitos.”
As constantes falhas no fornecimento de energia eléctrica na província tem vindo prejudicarem também os investidores nacionais e estrangeiros. Há relatos de empresas que gastam 100 dólares por dia com as fontes alternativas de electricidade, alem das contas que pagam a empresa de energia. Entretanto a VOA tentou sem sucessos ouvir a direcção da empresa de electricidade.
Actualmente a província de Benguela, produz perto 39 megawates fornecidos pelas centrais térmicas da Kileva e Benguela. A barragem hidroeléctrica do Lumaum, a maior unidade de produção de Benguela se encontra paralisada.