O apoio do Departamento do Tesouro a candidatura da ministra francesa das finanças, foi uma decisão de última hora, mas não foi a única surpresa do dia na eleição do novo director-geral do FMI. A Rússia também declarou esta Terça-feira o seu apoio a candidata Christine Lagarde.
Os Estados Unidos detêm mais de 17 por cento dos votos e cerca de 320 mil milhões de dólares dos fundos do FMI, representando assim o país com mais poder de decisão dentro da instituição.
A administração Obama geriu o silêncio até ao momento final da decisão tornada pública hoje pelo Departamento do Tesouro.
Entretanto o Jornal The Washington Post escreve hoje que ao aliar-se a candidatura de Christine Lagarde a administração americana preferiu fazer parte da antiga ala europeia, contrariando a sua promessa de reforma do FMI e ganhando com isso a aversão dos países em desenvolvimento.
O conselho de administração do Fundo Monetário Internacional composto de 24 membros, tinha dito esperar que a escolha do seu novo director-geral fosse por consenso em de vez alianças entre as grandes potências.
A ministra francesa das finanças teve como único adversário ao cargo, o candidato mexicano Agustin Carstens um economista liberal e director do Banco Central do seu país. A candidatura de Carstens terá imposto um cunho competitivo a esta nomeação do substituto do antigo director Dominique Strauss-Kahn, mas acabaria por ser vítima do fraco prestígio do seu país. Apenas uma dezena de países da América Latina tinha endossado o candidato do México.
A eleição de Lagarde tornou-se provável quando granjeou o apoio dos Estados Africanos e do Egipto, o país líder na coligação dos Estados Árabes e que detém um assento no Conselho de administração do FMI. Desde então, responsáveis chineses e russos e finalmente americanos declaram-se favoráveis a sua eleição.