A reserva mundial de alimentos está a beira da ruptura, anunciou a organização internacional Oxfam e esta semana é lançada uma campanha para inverter a situação.
Contudo existem algumas controvérsias em relação as estatísticas reais das necessidades e dos investimentos a serem feitos no futuro.
A Oxfam indicou que 925 milhões de pessoas estão em situação de penúria alimentar no mundo. Apenas na região da África Oriental, diz a mesma organização, 8 milhões de pessoas vivem em penúria alimentar crónica.
Gawain Kripke é director de políticas e de pesquisas da Oxfam aqui nos Estados Unidos, e considera que o problema vai se agudizar ainda mais.
“A crise em perspectiva é que os preços dos géneros alimentícios poderão duplicar nos próximos 20 anos, o que poderá elevar muito mais o número de indigentes.”
O número da população mundial está em crescendo e os especialistas prevêem que por volta de 2050 atingirá os 9 bilhões de pessoas.
Segundo a Oxfam a procura de alimentos vai subir em cerca de 70 por cento nos próximos 40 anos, e capacidade de produção de alimentar está a diminuir. A média da contribuição agrícola estagnou-se desde os anos 90 e a situação torna-se mais séria quando grandes plantações de géneros alimentícios estão a ser convertidas em zonas de culturas de biocarburantes.
O funcionário da Oxfam diz que actualmente apenas um número limitado de empresas controla o mercado de alimentos, e considera que investimentos em plantações em pequena escala poder vir a resolver o problema.
“Pensamos que o aumento do potencial de crescimento e da produtividade agrícola a partir de investimentos de pequenos produtores é elevado. Pode-se aumentar ambos mas também é muito importante ajudar as pessoas que mais precisam de assistência e que são vulneráveis a alta dos preços e das mudanças climáticas.”
Outros especialistas afirmam que nos Estados Unidos e na Europa as leis estão reformadas de maneira a impor novas regulamentações no futuro ao comércio agrícola. Há quem considere que para a solução do problema levantado com a crise alimentar vai ser necessário um esforço político à escala global.
Segundo a Oxfam existem 500 milhões de empresas agrícolas em pequenas escalas nos países em desenvolvimento e que são nelas que deverão se acentuar os investimentos futuros.